Catalunha: "Qualquer crise afetará a economia", diz Faria de Oliveira
O presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Faria de Oliveira, admitiu hoje que uma crise na Catalunha terá impactos na economia portuguesa, tendo em conta a ligação próxima entre as economias, incluindo no setor bancário.
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"Espero que um problema fundamentalmente de Espanha seja resolvido da melhor maneira possível, qualquer crise afetará a economia e só podemos desejar que não aconteça", disse Faria de Oliveira à Lusa, à margem de uma conferência da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em Lisboa, evitando falar diretamente do banco BPI, que desde início do ano é controlado pelo grupo bancário catalão CaixaBank.
Em julho, na apresentação dos resultados do primeiro semestre, o presidente do BPI, Pablo Forero, não se quis pronunciar sobre o impacto no CaixaBank e, logo, no BPI, da situação da Catalunha.
O governo regional da Catalunha (Generalitat) realizou no domingo um referendo sobre a independência da região, em que votaram 42% dos 5,3 milhões de eleitores, 90% dos quais votaram a favor da independência.
A consulta popular foi convocada pela Generalitat, dominada pelos separatistas, tendo o Estado espanhol, nomeadamente o Tribunal Constitucional, declarado que a consulta era ilegal.
A votação de domingo foi marcada pela intervenção da polícia espanhola, que tentou encerrar alguns centros eleitorais, uma ação que teve momentos de grande violência que passaram nas televisões de todo o mundo.
O chefe do Governo catalão, Carles Puigdemont, vai nos próximos dias levar os resultados da consulta ao parlamento regional para decidir se declara a independência da região, que é uma das 17 comunidades autónomas espanholas.
Uma crise na Catalunha a propósito da independência já está a provocar receios nos mercados, com queda das ações dos bancos espanhóis e subida dos juros da dívida soberana de Espanha.
Segundo a agência de notícias EFE, os bancos catalães Sabadell e CaixaBank perderam em conjunto 3.000 milhões de euros em bolsa nos últimos três dias.
O catalão Caixabank perdeu, de acordo com contas da EFE, 1.955 milhões de euros de capitalização bolsista para 23.405 milhões.
Já a queda da capitalização do Sabadell foi de 982,82 milhões para 8.935 milhões.
Na sessão de hoje em bolsa, as ações do CaixaBank (principal acionista do português BPI) caíram 4,96% e do Sabadell 5,96%.
Também o Santander caiu 3,83%, o Bankia perdeu 3,65%, o BBVA recuou 3,61% e o Bankinter desvalorizou 3,50%.
A bolsa espanhola caiu hoje 2,85% e ficou abaixo de 10.000 pontos devido ao receio dos investidores de uma declaração unilateral de independência da Catalunha, naquela que foi a pior sessão da bolsa de Madrid desde o referendo britânico que decidiu a favor da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), em junho de 2016.
O índice IBEX 35 caiu para 9.964,90 pontos, o seu pior registo desde março, perdendo no total 4,01% desde a realização, no domingo, do referendo sobre a independência da Catalunha.
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