A estrutura da dívida pública portuguesa continua a alterar-se, fruto de um contexto em que as taxas de juro são muito favoráveis e em que os investidores têm muito dinheiro disponível para apostar em títulos de dívida vistos como seguros.
Em agosto, o Estado português aproveitou para emitir 2,4 mil milhões de euros em títulos de dívida e para reembolsar 800 milhões de euros do empréstimo do Fundo Monetário Internacional, trocando dívida cara por dívida com juros bastante mais baixos.
O saldo positivo entre emissões e pagamentos antecipados ao FMI fizeram aumentar a dívida em 1,3 mil milhões de euros, como revela o Banco de Portugal esta segunda-feira, empurrando a dívida pública para um novo máximo histórico de 250,4 mil milhões de euros. Apesar da ultrapassagem da barreira simbólica dos 250 milhões de euros, nem tudo são más notícias.
O Estado aproveitou os baixos custos de financiamento para aumentar os ativos em reserva - a famosa 'almofada financeira' - em cerca de três mil milhões de euros, o que significa que a dívida pública tendo em conta os depósitos registou em agosto uma diminuição de 1,7 mil milhões de euros face ao mês anterior. O dinheiro em falta perante os credores sem contabilizar a 'almofada financeira' atingiu um total de 228,4 mil milhões de euros.
[Notícia atualizada às 11h40]