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Lydia: De França a Portugal para mudar o mundo dos pagamentos

Sem medo da concorrência e com muitos elogios aos avançados sistemas de transações em Portugal, a empresa francesa assume vontade de crescer.

Lydia: De França a Portugal para mudar o mundo dos pagamentos
Notícias ao Minuto

11:51 - 25/09/17 por Bruno Mourão

Economia Tecnologia

Há cerca de três anos, Cyril Chiche quis mudar a face do sistema financeiro. Olhando para os smartphones, o empreendedor francês viu um enorme potencial para colocar nos utilizadores o poder de transferir dinheiro quase instantaneamente, com segurança e custos baixos. 

Hoje em dia, com mais de um milhão de utilizadores e nome conhecido em França, Reino Unido e República da Irlanda, a aplicação Lydia assume-se como uma das mais promissoras do sistema de pagamentos e chega em breve a Espanha e Portugal com a ambição de continuar a mudar o mundo. 

O Economia ao Minuto teve oportunidade de falar com Cyril Chiche, CEO e co-fundador da empresa gaulesa e mostramos-lhe na entrevista abaixo as razões da aposta em Portugal e muito mais. 

 Como surgiu a ideia de criar esta aplicação? 

Nós estávamos à procura de tornar as transações mais rápidas e mais fáceis, especialmente entre as pessoas, no envio de dinheiro. As transferências bancárias são difíceis: precisamos de saber o número da conta, demora uns dias... queríamos algo mais imediato. Ao visitar vário países, como o Japão, a Coreia do Sul, descobrimos que havia alguns sistemas de pagamentos móveis que estavam a ganhar popularidade e apesar de não podermos na altura replicar o que estavam a fazer lá, inspirámo-nos no que estava a ser feito nesses países para criar uma aplicação de pagamentos muito eficiente, segura e 'sem fricção'. Foi isso que fizemos em 2013 e fomos acrescentando funcionalidades, como os pagamentos em lojas e as transações online. 

Estão contentes com a aplicação atual? Acreditam que a tecnologia que têm pode ser aplicada em vários países com sucesso? 

Estamos agora a entrar em Portugal e em Espanha, mas já estamos a trabalhar em França, no Reino Unido e na República da Irlanda. Neste países temos um milhão de utilizadores, por isso podemos dizer que somos populares! [risos] Cerca de 70% dos nossos utilizadores têm entre 18 e 30 anos, e nós acreditamos que aquilo que faz sentido para os jovens franceses, britânicos ou irlandeses fará sentido para os jovens espanhóis e portugueses, porque os estilos de vida são muito semelhantes. 

Ter um milhão de utilizadores é um excelente resultado, mas essa é apenas uma pequena fatia do mercado. Querem continuar a atrair os jovens, ou querem crescer com utilizadores mais velhos? 

Sim, é verdade. Mas a nossa aplicação é feita para todos; qualquer pessoa pode utilizá-la e nós temos utilizadores desde os 14 anos até aos 92 anos. Acreditamos que criámos um produto simples, intuitivo e que todos conseguem utilizar. Para já, foi largamente adotado pela população mais nova devido ao estilo de vida que levam e graças à conveniência de usar os telemóveis, mas não é propriamente um programa de emojis, ou de redes sociais: é um sistema de pagamentos. 

O Facebook tem dado sinais de interesse em apostar no mercado de pagamentos. Se isso acontecer, têm algum receio da concorrência? 

Nem por isso, e eu explico-lhe porquê: O Facebook e empresas como eles odeiam as regras e as leis. Um dos mercados mais regulados que existem é o das finanças e dos serviços financeiros, por isso quando o Facebook, a Google ou a Apple tentam criar um sistema de pagamentos, aquilo que eles não querem fazer é aceitar as regras e tornarem-se eles próprios uma entidade licenciada no mercado financeiro. O que eles fazem é criar uma plataforma tecnológica que lhes permita trabalhar com pessoas e empresas que tratem da parte regulada do sistema financeiro. Eu acredito que a Lydia pode fazer parte do sistema dessas empresas. Já criámos 'bots' de pagamento para vários serviços de mensagens: na Slack, onde fomos os primeiros do mundo a fazê-lo; no iMessage; na Siri; e vamos fazê-lo no Facebook Messenger em breve. 

Portugal é conhecido por várias inovações no setor dos pagamentos. Já teve oportunidade de analisar o país e ver a evolução neste setor? 

Absolutamente! Em várias conferências internacionais onde tenho discursado, tenho usado o exemplo da Via Verde em Portugal como um caso excelente de pagamentos avançados 'sem fricção'. Consideramos Portugal como um mercado muito avançado em termos de pagamentos e essa foi uma das razões pelas quais decidimos lançar a nossa aplicação em Portugal: se já estão tão avançados, já se espera que tudo seja rápido, seguro e 'sem fricção'. 

Porque escolheram Portugal em vez de outros mercados europeus maiores, como a Itália e a Alemanha, por exemplo? 

Em primeiro lugar, acreditamos que Portugal é um mercado muito mais avançado em termos de pagamento do que a Itália e a Alemanha. Para além disso, acreditamos que a população jovem é muito mais significativa na população geral de Portugal do que na Alemanha, onde a geração mais velha é mais representativa. Acreditamos na capacidade dos jovens de 'viralizar' a aplicação e recomendá-la aos mais velhos, e por isso vir para Portugal é uma oportunidade incrível. 

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