Precariedade no emprego não pode ser "o novo normal"
A comissária europeia do Emprego e Assuntos Sociais disse hoje, em Lisboa, que é preciso evitar que os empregos precários sejam "o novo normal" e defendeu medidas para diminuir a segmentação do mercado de trabalho.
© Reuters
Economia Marianne Thyssen
"Os empregos precários, que estão sobretudo nas pessoas jovens, não podem ser o novo normal, é isso que queremos evitar", afirmou Marianne Thyssen, num debate no Instituto de Ciências Sociais de Lisboa, rejeitando que trabalhadores passem de contrato a termo para contrato a termo sem terem uma situação mais estável.
A comissária disse que na monitorização semestral que a Comissão Europeia faz aos Estados-membros tem havido várias recomendações sobre mercado de trabalho e que uma das preocupações é a segmentação do mercado laboral.
Portugal é tido, segundo vários estudos, como um país com elevada segmentação do mercado de trabalho, entre os trabalhadores mais velhos com contratos sem termo, com mais direitos, e trabalhadores mais jovens, que trabalham a termo, em situações instáveis e com menos direitos.
A política belga, que respondeu durante cerca de uma hora a perguntas da plateia sobre as políticas sociais e de emprego da Comissão Europeia, elogiou as políticas públicas de Portugal para empresas que contratem trabalhadores sem termo.
Já em declarações à Lusa, a comissária europeia considerou que, depois de anos difíceis, Portugal está de volta ao crescimento, com redução do desemprego, o que atribuiu às reformas feitas que deram resultados.
Sobre como pode um país fazer políticas de apoio e integração social quando tem de cumprir metas restritas em termos de contas públicas, nomeadamente redução de défice orçamental, afirmou que é importante haver "um equilíbrio" entre as duas áreas e que não podia continuar a crescer o endividamento.
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