Este acordo de cooperação entre os governos de Portugal e da Alemanha será assinado na capital germânica pelo ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, na sequência de uma reunião a meio da tarde com a titular alemã da pasta do Trabalho, Ursula von der Leyen.

Este acordo de cooperação segue-se a outros já assinados por Berlim com os governos de Espanha e Itália para o intercâmbio de jovens quadros e, segundo fonte nacional, tem também o significado político de envolver uma das ministras do executivo federal alemão mais próximas da chanceler Angela Merkel.

Um dia depois, na quarta-feira, Pedro Passos Coelho estará presente em Berlim na conferência para o lançamento do programa europeu para o emprego jovem, iniciativa que inicialmente apenas deveria envolver os ministros dos Estados-membros da União Europeia com as pastas do trabalho, mas que, dada a prioridade política atribuída recentemente ao tema a nível europeu, acabou por juntar chefes de Estado e de Governo, casos do presidente francês, François Hollande, e da chanceler Angela Merkel.

Na sexta-feira passada, durante a última cimeira europeia, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia acordaram antecipar para 2014 e 2015 a disponibilização de uma verba de seis mil milhões de euros destinada à garantia jovem, inicialmente prevista para o período 2014-2020.

Estima-se que destes seis mil milhões de euros, que poderão passar eventualmente a oito mil milhões de euros a médio prazo, cerca de 150 milhões de euros vão caber seguramente a Portugal.

Segundo o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, esta antecipação do programa foi possível graças ao "acordo político" sobre o orçamento comunitário para 2014-2020.

Sobre estas iniciativas de âmbito nacional e europeu para a promoção do emprego jovem, Pedro Passos Coelho defendeu que não é por falta de financiamento que programas como o Impulso Jovem estão "aquém das expectativas", considerando que é necessário que haja interesse das empresas em adotá-los.

O primeiro-ministro sustentou depois que é necessário que as empresas vejam "interesse nestes programas" para poderem adotá-los, interesse que disse depender de dois fatores: Existência de uma "melhor perspetiva de financiamento" e confiança nos "resultados da política económica e, portanto, na recuperação da economia".

Pedro Passos Coelho saudou igualmente a possibilidade de os seis mil milhões de euros poderem ser usados em 2014 e 2015, os dois primeiros anos de execução do orçamento comunitário plurianual (2014-2020).

"Julgamos que esta possibilidade trará para Portugal uma aceleração destas políticas destinadas a implementar a garantia jovem e, evidentemente, não resolvendo o problema do desemprego, criará uma expectativa positiva sobre todos os jovens que hoje são tremendamente afetados pelo desemprego", concluiu.

A garantia jovem é uma iniciativa que pretende assegurar que os jovens até aos 25 anos que estão desempregados há quatro meses tenham acesso a um trabalho, a um estágio ou a um programa de formação.

Em Portugal, a taxa de desemprego jovem situou-se nos 42,5 por cento em abril, um nível recorde, segundo os últimos dados do Eurostat.