POUPANÇA NO MINUTO
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"As agências de rating não passaram de bestas a bestiais"
Miguel Sousa Tavares considera que o único motivo de satisfação com a decisão da Standard & Poor’s, de retirar a dívida portuguesa do nível de lixo, é que os "investidores vão poder voltar à dívida" nacional.
© Global Imagens
Economia Miguel Sousa Tavares
No habitual espaço de opinião no Jornal da Noite, na SIC, Miguel Sousa Tavares comentou um dos temas que marcam a vida política e económica do país: a retirada do nível de lixo da dívida pública portuguesa por parte da Standard & Poor’s. O comentador mostrou-se satisfeito com a decisão, mas lembrou que as agências de notação não mudaram.
"As agências de rating não passaram de bestas a bestiais. O fundamento da sua injustiça intrínseca mantém-se", disse Sousa Tavares. "Muitas vezes a análise que fazem dos mercados não tem a ver com a situação real dos países e das empresas", acrescentou.
E deu um exemplo que atesta isso mesmo: "A Standard & Poor’s deu o 'triple A', a nota máxima, ao Lehman Brothers 15 dias antes do banco falir em 2008 e lançar a grande crise que nós recebemos por tabela".
"A única razão para ficarmos satisfeitos é porque de facto isto vai ter repercussões na dívida portuguesa. Os investidores vão poder voltar à dívida portuguesa", destacou Miguel Sousa Tavares, sem esquecer o passado.
"Não podemos esquecer que as três agências principais nos fizeram perder muito dinheiro, fizeram-nos passar por muitos sacrifícios e muitas vezes com uma classificação injusta e que não merecíamos", lembrou.
Além disso, Sousa Tavares realçou que o momento da decisão da Standard & Poor’s é curioso. "Isto acontece no momento em que a dívida externa portuguesa atinge o seu valor mais alto. Mário Centeno diz que a dívida vai cair para os 127,5%, mas temos de começar a reduzir a dívida, não basta reduzir o montante da dívida".
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