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Bloco BRICS reúne-se para traçar o futuro do mundo emergente

O bloco de grandes economias emergentes BRICS reúne a partir de hoje, para traçar o seu futuro, depois de no domingo o Presidente chinês, Xi Jinping, ter apelando aos países para que contrariem a tendência protecionista global.

Bloco BRICS reúne-se para traçar o futuro do mundo emergente
Notícias ao Minuto

06:35 - 04/09/17 por Lusa

Economia Encontro

A nona cimeira dos BRICS decorre até terça-feira, na cidade de Xiamen, costa leste da China, e reúne os líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Num discurso para líderes empresariais dos BRICS, na véspera do arranque da cimeira, Xi apelou àqueles países para que trabalhem no sentido de resolver os problemas suscitados pela globalização.

Xi reuniu também com o Presidente russo, Vladimir Putin, e abordou o último teste nuclear da Coreia do Norte - o sexto e mais poderoso até à data, que ensombra uma cimeira organizada pelo maior aliado de Pyongyang.

A agência noticiosa oficial Xinhua disse que Xi e Putin concordaram em "lidar adequadamente com a questão", mas não avançou mais detalhes.

A agência noticiou ainda que os dois lideres concordaram em reforçar a cooperação militar entre Pequim e Moscovo.

O bloco BRICS ganhou expressão pela primeira vez em 2001, quando o economista Jim O'Neill, da Goldman Sachs, publicou um estudo intitulado "Building Better Global Economic BRICs", sobre as grandes economias emergentes.

O grupo reuniu-se pela primeira vez em 2009 - na altura ainda sem a África do Sul - e logo estabeleceu uma agenda focada na reforma da ordem internacional, visando maior protagonismo dos países emergentes em organizações como as Nações Unidas, o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional.

O bloco instituiu também o seu próprio banco de desenvolvimento.

Xi Jinping afirmou que quer ver os BRICS a desempenharem um papel mais importante em questões internacionais, mas alguns observadores afirmam que o bloco está a perder poder, devido à rivalidade entre China e Índia e o fraco crescimento económico do Brasil, Rússia e África do Sul.

Evandro Carvalho, professor visitante no Centro de Estudos dos BRICS da Universidade Fudan, em Xangai, explicou à agência Lusa que a cimeira deste ano ocorre num contexto "bem diferente" do de 2009, quando o bloco se reuniu pela primeira vez.

"Na altura, os países viviam uma situação económica muito melhor e bastante favorável para desenvolverem uma série de iniciativas", explicou.

No discurso de domingo, Xi afirmou que "a cooperação entre os países BRICS não se trata de conversa fiada, mas uma força que faz as coisas acontecerem".

"O nosso objetivo é construir um grande mercado de comércio e investimento, promover o fluxo de moeda e finanças, melhorar a conetividade das infraestruturas e construir uma ligação próxima entre os povos", afirmou.

Diferenças políticas e económicas, no entanto, continuam a existir entre os membros do bloco, que variam entre sistemas democráticos e autocráticos, com alguns dos países a manterem forte controlo governamental na economia e sociedade civil.

A exportação de matéria prima continua a ser o motor das economias do Brasil, Rússia e África do Sul, enquanto China e Índia são orientados para o setor dos serviços e manufatura.

Para o académico Evandro Carvalho, o "facto mais complexo" da cimeira de Xiamen é a recente disputa fronteiriça entre China e Índia, que colocou soldados dos dois países frente a frente, no planalto de Doklam (ou Donglang, em chinês), nos Himalaias, durante dez semanas.

Soldados indianos entraram em território que Pequim reclama seu e travaram a construção de uma estrada, que Nova Deli afirma que teria "sérias implicações para a segurança da Índia".

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, deve reunir com Xi na terça-feira.

Evandro Carvalho considera que a disputa fronteiriça entre Pequim e Nova Deli vai envolver um "esforço brutal" de diplomacia, no qual os outros membros do bloco podem ser "importantes intermediadores".

A convite da China, a nona cimeira dos BRICS vai contar com a participação dos líderes do Egito, Guiné, México, Tajiquistão e Tailândia.

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