Amb3E já tem licença para gerir resíduos de embalagens
A Amb3E é a terceira entidade com licença para gerir resíduos de embalagens, que junta à atividade nos equipamentos elétricos e eletrónicos, permitindo ter um serviço integrado para este setor, disse hoje o seu diretor-geral.
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A licença entra hoje em vigor, segundo o diploma publicado na quarta-feira em Diário da República, e acrescenta mais uma entidade gestora das embalagens utilizadas, depois da abertura à concorrência com a chegada da Novo Verde, já este ano, para partilhar o mercado com a Sociedade Ponto Verde (SPV), única gestora deste fluxo específico de lixo durante 20 anos.
Agora a Amb3E -- Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos pretende "pôr no mercado um serviço de valor único, já que é a única entidade a disponibilizar este serviço integrado, cumprir metas de valorização e reciclagem, contribuindo para o compromisso do país, e trazer inovação para a área operacional do setor", enumerou, em declarações à agência Lusa, Pedro Nazareth.
Para o responsável, é relevante a possibilidade de a Amb3E ser "gestora de toda a cadeia" para os fabricantes de aparelhos elétricos e eletrónicos e pilhas, já que passa a abranger os resíduos destes equipamentos, mas também o lixo das embalagens em que são vendidos.
Pedro Nazareth apontou ainda a "mais-valia" de ter sido a "primeira entidade gestora de mercado em concorrência", podendo contribuir para o desenvolvimento do mercado aberto na gestão de resíduos de embalagens.
Reconhece, no entanto, que a mudança para a concorrência coloca "um conjunto de desafios, como a marcação de embalagens", alertando que "o símbolo nas embalagens é um obstáculo claro à entrada concreta no mercado", referindo-se à imagem que identifica os produtos de fabricantes que aderem a sistemas que tratam os resíduos dos bens que colocam no mercado e que atualmente é utilizada pela SPV.
Sem quantificar os objetivos que traçou para a Amb3E, Pedro Nazareth explica que a meta de gestão de resíduos é proporcional à quota de mercado, refere "dois dígitos" e avança que "superior a 10% já dá uma responsabilidade significativa".
Com uma quota de mercado de cerca de 65% na gestão dos equipamentos elétricos e eletrónicos, segundo o responsável, a Amb3E tem mais de 1.500 clientes, "agora todos potenciais clientes para a gestão das embalagens", mas também pretende ganhar espaço junto do "resto do retalho, das indústrias de têxteis ou de calçado, por exemplo".
A Amb3E gere a Rede Eletrão e tem 2.100 pontos de recolha de aparelhos em final de vida pelo país, em lojas, instalações de bombeiros, escolas, além dos sistemas de resíduos urbanos.
"Há muito caminho a percorrer para melhorar a gestão de resíduos de aparelhos elétricos e eletrónicos, tanto da parte das entidades, disponibilizando mais locais de recolha, como da parte dos consumidores, que têm de perder a preguiça e deixar de pôr todo o lixo no mesmo local", defendeu Pedro Nazareth.
Depois de serem colocados nos locais de recolha, os equipamentos velhos são transportados e os seus materiais separados, sendo retirados os perigosos e aproveitados os suscetíveis de reciclagem.
Os fabricantes que colocam equipamentos elétricos e eletrónicos, assim como pilhas, no mercado pagam um valor para que as entidades gestoras organizem a recolha e triagem dos aparelhos velhos.
Depois de 20 anos a ser a única gestora deste fluxo específico de lixo, com a publicação de novas regras, no início do ano, a SPV passou a ter uma concorrente -- a Novo Verde, uma entidade gestora que tem como acionista maioritário o universo da European Recycling Platform e acionista minoritário a Pingo Doce.
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