PSI20 valoriza 10% desde início do ano. Recuperação continuará
O principal índice da bolsa portuguesa acumula ganhos de 10% este ano e os analistas acreditam que continuará a recuperar, acompanhando a melhoria da economia e da perceção dos investidores, ainda que num mercado acionista pequeno e pouco líquido.
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Economia Analistas
Depois de o ano de 2016 ter sido negativo, com o PSI20 a registar perdas de 12%, este ano a tendência segue positiva.
Na última sessão do ano passado, o PSI20 encerrou nos 4.679,20 pontos e na sexta-feira (28 de julho) estava nos 5,172,76 pontos, ou seja, um crescimento de 10,55%.
Os ganhos do PSI20 seguem, na Europa, em linha com as praças dos países da periferia - o espanhol Ibex35 acumula ganhos de 12,66% e o italiano FTSE MIB de 11,42% -, mas acima de Alemanha (DAX, com subida de 5,94%), Paris (5,54%) ou do Eurostoxx50 (5,39%).
Para Filipe Garcia, da IMF -- Informação dos Mercados Financeiros, "não se pode dizer que o PSI20, como um todo, compare mal com os restantes, reflexo do bom momento atual da economia nacional, queda do risco país e da recuperação do 'peso pesado' BCP".
Contudo, recordou, há que ter em conta que o PSI20 teve piores desempenhos nos últimos anos, o que justifica a maior recuperação. Analisando desde 2015, afirmou, o PSI20 acumula ganhos pouco maiores do que 9%, enquanto o índice alemão, o DAX, avança 25%.
No mesmo sentido, João Queiroz, da GoBulling, considera que "em face das potenciais incertezas, o desempenho do PSI20 poderá considerar-se muito positivo e com perspetivas de que possa vir a suscitar surpresas mais positivas, face aos restantes índices da Europa", até pelo "conjunto de condicionalismos [...] que tornaram a bolsa nacional menos atrativa" nos últimos anos.
João Lampreia, analista do banco BIG, considera que a sustentar a evolução do PSI20 estão "indicadores macroeconómicos favoráveis" e a "redução do prémio de risco" de Portugal.
O analista considera ainda que a perspetiva da subida do 'rating' de Portugal pela Fitch também tem sido favorável e que, a concretizar-se, "pode dar fogo ao mercado", ainda que este continue "pouco líquido".
João Lampreia destaca que apenas seis empresas valem 70% do PSI20, sendo a principal o banco BCP (a cotada com mais peso no índice) e as restantes a NOS, EDP, Galp, Jerónimo Martins e EDP Renováveis (que em breve poderá sair do índice na sequência da OPA lançada pela EDP).
Quanto às cotadas que compõem o índice, este ano apenas os CTT (-14,31%), Galp (-5,64%) e Nos (-4,24%) estão em terreno negativo, enquanto a Altri e a REN estão praticamente estáveis (com perdas muito ligeiras).
Pela positiva, os maiores avanços são do Montepio (138%) e da Pharol (ex-PT SGPS, com 60%), ambos a recuperar de perdas muito significativas. Contudo, estas empresas têm especificidades pouco usuais.
Os títulos da Caixa Económica Montepio não são ações, mas títulos do seu fundo de participação, e vinham a acumular grandes perdas. Contudo, em junho, a Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada peça Associação Mutualista Montepio fez os títulos recuperarem para o valor nominal de entrada (um euro).
Já a Pharol é a ex-PT SGPS, que sofreu com a queda do Grupo Espírito Santo (GES), sendo o seu principal ativo a participação na operadora brasileira Oi, que está em recuperação judicial, onde detém cerca de 27%.
Este ano, é ainda de destacar a subida da Mota-Engil (50%), o que analistas atribuem à melhoria do negócio, com a celebração de vários novos contratos sobretudo em África.
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