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Imposto sobre o açúcar mudou o consumo dos portugueses. Saiba como
Mais uma vez, os consumidores nacionais mostraram que o preço é um fator crucial para influenciar o consumo.
© iStock
Economia 'Fat Tax'
Cerca de cinco meses depois de ter entrado em vigor, surgiu esta semana o primeiro estudo sobre as consequências da aplicação da famosa 'fat tax' em Portugal. Ao início, os rumores apontavam para uma lei que penalizasse o sal e as gorduras saturadas, mas acabou por ser o açúcar a única substância nociva a receber um imposto extra, aplicado aos refrigerantes.
A Nielsen quis descobrir qual foi o impacto real da medida e através de um estudo do mercado das bebidas açucaradas, chegou à conclusão que o imposto foi uma má notícia para as empresas que comercializam os produtos.
Sem surpresa, as primeiras semanas foram as mais instáveis.
"No período quadrissemanal que se seguiu à implementação deste imposto, registou-se um aumento de 0,10€ no preço médio da categoria e uma quebra em volume de -13,1%, que se manteve relativamente estável nos períodos seguintes", explica a Nielsen nas conclusões do estudo a que o Economia ao Minuto teve acesso.
O volume de vendas caiu 6% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o ano anterior, uma variação que afetou principalmente "os Sumos sem Gás Diluídos (-15,7%) e as Colas (-13,6%), com aumentos significativos de preço de 31,2% e 21,3% respetivamente".
O valor total vendido aumentou cerca de 13%, mas tendo em conta que o aumento nos preços devido ao imposto foi de 14%, os dados parecem indicar que os euros extra foram parar aos cofres do Estado.
"Desde a implementação do aumento do imposto sobre o açúcar, notam-se aumentos significativos de preço em todos os segmentos de 'Soft Drinks' e uma clara quebra de volumes, especialmente na primeira semana, comprovando que o preço é um fator importante para o consumidor português. Os segmentos não afetados por este imposto (como os Néctares 100%) apresentam aumentos de preço menos significativos e, consequentemente, crescimentos de volume que contrariam a tendência negativa dos 'Soft Drinks'", garante Margarida Baptista, client consultant senior da Nielsen.
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