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Melhoria da produtividade só cria emprego se houver flexibilidade laboral

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, alertou hoje que o aumento da produtividade que se espera que acompanhe a melhoria económica na zona euro só vai ter impacto positivo sobre o emprego se houver maior flexibilidade laboral.

Melhoria da produtividade só cria emprego se houver flexibilidade laboral
Notícias ao Minuto

17:05 - 28/06/17 por Lusa

Economia Mario Draghi

"Estou relativamente confiante que, com a melhoria da economia na zona euro, também vamos ver um ciclo de melhoria da produtividade", afirmou Draghi durante o painel de encerramento do Fórum BCE, em Sintra.

Segundo o líder do BCE, os aguardados aumentos de produtividade em determinadas indústrias, acompanhando a onda da retoma económica, vão ser possíveis também graças à inovação tecnológica, mas esta implica a diminuição da necessidade de mão-de-obra.

"É necessário que haja mobilidade laboral de um setor para outro", destacou, sublinhando que o aumento do desemprego nalgumas áreas, devido à introdução de mais tecnologia resultante da aposta na inovação, implica a necessidade de haver transferência de trabalhadores para outros setores que vão precisar de mais mão-de-obra.

"Não podemos subestimar a importância da inovação, produtividade e crescimento. São importantes para definirmos as nossas políticas", assinalou Draghi, considerando que "são necessárias políticas que promovam o empreendedorismo e a iniciativa individual".

Além de Draghi, também participaram nesta discussão os governadores dos bancos centrais de Inglaterra, Mark Carney, do Japão, Haruhiko Kuroda, e do Canadá, Stephen Poloz, com a moderação do debate a cargo da governadora do Banco de Israel, Karnit Flug.

A responsável israelita lançou a conversa com o exemplo do seu próprio país, visto como um dos mais inovadores a nível mundial e que conta com mais de cinco mil 'startups', que atuam nas mais diversas áreas, da cibersegurança à indústria hidráulica e às fintech (setor financeiro).

Porém, Karnit Flug salientou que, em Israel, a economia baseada na inovação é responsável por apenas 10% do total de empregos, enquanto os outros 90% estão numa economia caracterizada pela baixa produtividade

"Como aproveitar o lado da inovação para melhorar o resto da economia", questionou, considerando que "as soluções básicas para as questões que têm sido aqui discutidas ultrapassam os bancos centrais" e que mexem com as políticas públicas.

Ainda assim, Karnit Flug vincou que "a política dos bancos centrais consegue apoiar a melhoria da produtividade e o crescimento da economia".

Por seu turno, Mark Carney revelou que, mesmo após o 'Brexit' "o objetivo principal da política monetária [do Banco de Inglaterra] continua a ser a limitação da inflação", ainda que admita alterações nas taxas de juro de referência no Reino Unido, que até agora se mantiveram inalteradas.

O responsável, que há precisamente um ano cancelou a sua participação neste mesmo Fórum BCE devido ao resultado do referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia, não se alongou em comentários sobre o 'Brexit'.

Mas vincou que "o 'Brexit' é uma circunstância extraordinária" e que, depois de se ter assistido a uma quebra generalizada de investimento na Europa devido à crise, a saída do bloco europeu mantém as empresas britânicas sob um "alto grau de incerteza".

Já o governador do Banco do Japão apontou para o "fraco momento do investimento e do crescimento económico [no país asiático] numa altura em que as empresas têm grandes lucros".

E acrescentou: "Face há quatro anos, a situação melhorou no Japão e os lucros das empresas cresceram, mas o investimento tem sido mais canalizado para reparações e renovações operacionais do que para a expansão da atividade".

De resto, Haruhiko Kuroda frisou que houve um significativo aumento da poupança que atinge quase 15% do Produto Interno Bruto (PIB) nominal do Japão.

"São necessárias reformas institucionais para aumentar potencial de crescimento", comentou, defendendo um maior investimento em recursos humanos "que vai permitir um aumento de produtividade".

O responsável nipónico referiu que a aposta nas pessoas permite que haja um "crescimento económico mais forte, mas também mais inclusivo", rematando que "as políticas monetárias podem ajudar a aumentar a procura" e que "é importante atingir um período longo de forte atividade económica" para uma economia estagnada há vários anos, como a do Japão.

Finalmente, o governador do Banco do Canadá realçou os riscos que hoje existem, sobretudo, a nível geopolítico, e a importância de "entender as implicações desses riscos" para as economias, de forma a promover as políticas monetárias mais eficazes, mostrando-se adepto do aprofundamento do diálogo entre bancos centrais.

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