Banco de Cabo Verde prevê para 2017 crescimento económico inferior a 2016
O banco central de Cabo Verde prevê para 2017 um crescimento económico menor do que os 3,9% registados no ano passado, segundo as perspetivas de evolução de riscos constantes do relatório de Estabilidade Financeira 2016, hoje divulgado.
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Economia Banca
"As previsões do Banco de Cabo Verde (BCV), embora realizadas numa conjuntura de incertezas, sugerem um nível da atividade económica em 2017 inferior ao registado no ano anterior, devendo o crescimento económico aproximar-se do limite inferior do intervalo 3,0 a 4,0%", adianta o relatório.
As projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam para 2017 uma conjuntura económica global "relativamente estável" para as economias dos países emergentes e em desenvolvimento, devendo a economia da zona Euro, principal parceiro económico de Cabo Verde, "manter a trajetória de modesta recuperação".
As previsões do BCV antecipam melhorias no mercado de trabalho relacionadas com o "aumento dos investimentos privados e da formação bruta de capital fixo privado, sustentada por projetos de investimento externo".
Por outro lado, segundo o BCV, é esperada uma redução dos investimentos públicos.
O nível de preços deverá manter-se contido, situando-se num intervalo entre zero e 1%.
O BCV projeta a recuperação do setor da construção civil e antecipa "desempenhos favoráveis" dos setores do alojamento e restauração, da indústria transformadora e do comércio.
O défice comercial deverá aumentar tal como o défice corrente, no entanto a balança de pagamentos deverá manter o superavit, com o crescimento das reservas externas a garantir acima de seis meses de importações de bens e serviços.
"Deste modo, os riscos à estabilidade do sistema financeiro relacionados com o contexto macroeconómico e financeiro são descendentes e deverão manter-se contidos", adianta o relatório.
"A previsão do crescimento do crédito à economia em torno 3%, a necessidade de contínuo saneamento do balanço dos bancos, a melhoria da confiança dos agentes económicos e o cofinanciamento de empreendimentos turísticos de promotores estrangeiros, deverão favorecer a redução das restrições ao financiamento", acrescenta.
O financiamento bancário permanece concentrado face a um número restrito de depositantes, situação que, segundo o BCV, se deverá manter "no curto e médio prazo, pelo que, não se espera que os riscos associados à estrutura do setor bancário venham a agravar-se".
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