As autoridades portuárias do Qatar difundiram hoje imagens que mostram um navio porta-contentores a descarregar mercadorias que foram embarcadas no porto de Shoar, Omã.
Antes da crise diplomática, os cargueiros com destino ao Qatar aportavam no porto de águas profundas de Jebel Ali, no Dubai onde a carga era distribuída em navios de menor dimensão com destino a Doha.
No dia 05 de junho, os Emirados Árabes Unidos juntaram-se à Arábia Saudita, Bahrain e Egito cortando as ligações marítimas ao Qatar como medida contra o alegado financiamento de Doha "a grupos extremistas" xiitas ligados ao Irão.
As ligações marítimas entre Omã e o Qatar vão passar a ser diretas.
A companhia de navegação internacional Maersk já confirmou que vai começar a utilizar os portos de Omã (Shoar e Salalah) para embarcar as mercadorias com destino ao Qatar.
Entretanto, a agência de notícias estatal do Irão, IRNA, referiu que dois navios de guerra iranianos vão fazer uma paragem em Omã no quadro das missões antipirataria.
Omã não cortou relações diplomáticas com o Qatar e geralmente é utilizado pelos governos ocidentais como "canal de negociação e contacto" com Teerão.
Após o açambarcamento inicial de produtos de primeira necessidade pelos habitantes do Qatar, o governo garantiu a receção diária de bens alimentares da Turquia.
O Irão enviou vegetais por via marítima e aérea e um navio iraniano transportou recentemente 350 toneladas de fruta.
O Qatar e o Irão partilham a exploração de uma das maiores áreas offshore de gás natural do mundo.
Além dos transportes marítimos, as autoridades de Doha anunciaram que a companhia de aviação Qatar Airways vai lançar 24 novas rotas, incluindo Santiago do Chile, Rio de Janeiro e Málaga, em Espanha.
Em comunicado, a empresa anunciou um aumento dos lucros referentes a 2016 de 21 por cento.
A Qatar Airways voa para 150 aeroportos de todo o mundo, possui 196 aviões e em outubro de 2016 encomendou 30 novos Boeing 787-9 Dreamliners e dez Boeing 777-300.
Após o encerramento do espaço aéreo da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrain e Egito, as linhas aéreas do Qatar passaram a sobrevoar o Irão.
As restrições que obrigam à passagem pelo espaço aéreo iraniano fizeram prolongar o tempo de voo nas ligações entre o Qatar e os destinos situados no sudoeste do país.