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BCE deverá manter taxas de juro pelo menos até ao final do verão

O Banco Central Europeu (BCE) deverá manter as taxas de juro de referência para a zona euro na quinta-feira e pelo menos até ao final do verão, segundo os analistas ouvidos pela agência Lusa.

BCE deverá manter taxas de juro pelo menos até ao final do verão
Notícias ao Minuto

15:30 - 07/06/17 por Lusa

Economia Analistas

A reunião de política monetária da instituição irá realizar-se em Talin, na Estónia.

De acordo com o departamento de estudos económicos do banco BPI, antes do final do verão "não se antecipam novidades" de política monetária, mas o BCE deverá reconhecer o cenário de crescimento mais equilibrado, mantendo, contudo, um discurso cauteloso e com enfoque na trajetória de inflação que voltou a recuar em maio, corrigindo um efeito de calendário.

"Entretanto a apreciação da moeda europeia, pelo potencial impacto na inflação, reforça a argumentação a favor dos que advogam a manutenção de uma postura pouco agressiva na comunicação com o mercado", refere.

Para o economista chefe da Allianz Global Investors (AllianzGI), Franck Dixmier,"com um caminho difícil pela frente, o BCE não tem pressa".

Para o responsável, quando o banco central "alterar finalmente o curso", irá reduzir gradualmente os estímulos primeiro, para aumentar os juros de seguida.

"Mas isso não deve acontecer no próximo encontro do banco. Ao invés, o presidente Draghi vai dar ênfase à sólida recuperação na zona euro, ao mesmo tempo que apresenta a baixa inflação-base como motivo para não tomar quaisquer medidas substantivas", disse.

Para o gestor da corretora XTB, Eduardo Silva, a política monetária expansionista do BCE está a ter um impacto forte no crescimento, emprego e inflação e, de uma forma secundária, tem ainda influência no investimento, nos juros da dívida, no sentimento de mercado e principalmente, está finalmente a servir de catalisador da economia europeia.

"Desde a última reunião, assistimos a um deteriorar ligeiro dos dados económicos, essencialmente dos dados 'core' da inflação. Verificamos uma aceleração do crescimento, no entanto a inflação, mesmo perto de máximos de quatro anos, estará realmente numa tendência sólida de subida? Vários analistas não acreditam que a inflação 'core' não esteja a subir ao ritmo exigido para sinalizar o final do programa", referiu.

Assim, para Eduardo Silva, o consenso entre analistas aponta para que existam novidades em termos de política monetária na reunião de setembro ou dezembro.

Até lá, disse, o presidente da instituição, Mario Draghi, "terá de fazer um balanço entre traçar um cenário positivo, sem que anuncie uma inversão na política do BCE".

"Nos EUA e no Reino Unido, onde os programas foram bem-sucedidos, ambos os países resistiram a anunciar o fim precipitado do programa, o bom senso recomenda que se siga uma postura similar. As pressões são evidentes e públicas, mas o BCE deverá desvalorizar a pressão para inverter a política monetária expansionista no curto prazo sob risco de ver o euro disparar ainda mais", acrescentou.

Para o gestor de ativos da Orey iTrade, José Lagarto, o "ruído" em torno do BCE tem sido uma constante ao longo dos últimos meses.

"Os países do norte da Europa em geral, e em particular a Alemanha, têm elevado as pressões sobre o banco central de forma a que este inicie o processo de normalização da política monetária, diminuindo os incentivos, subindo taxas de juro e baixando o montante do programa de compra de ativos", disse.

Mas a resposta até agora por parte de Mario Draghi tem sido a de que a normalização da política monetária acontecerá quando estiverem reunidas as condições necessárias para a manutenção da estabilidade de preços na zona euro, notou José Lagarto, referindo-se aos números relativos à inflação e ao fraco crescimento dos salários.

Por outro lado, avisou, ainda se mantêm eventos de risco na Europa, com eleições na Alemanha e em Itália e ainda as negociações em torno do 'Brexit'.

Assim, concluiu, o BCE na quinta-feira poderá manter inalterada a sua política monetária, prosseguindo o discurso de que a atual política monetária continuará a servir os objetivos do banco central, com o programa de compra de ativos a ser levado a cabo até finais deste ano, conforme decisão anterior, e a manutenção dos atuais níveis das taxas de juro.

A principal taxa de refinanciamento do BCE está em 0%, um mínimo histórico fixado em março de 2016.

A 10 de maio, Mario Draghi disse que a política de estímulos monetários do BCE termina quando se cumprirem os objetivos de inflação e que ainda é cedo para o fazer.

Numa intervenção na comissão de Finanças do Parlamento holandês, o presidente do BCE sublinhou que ainda é necessário manter um "nível substancial" de estímulos para impulsionar a inflação.

O responsável precisou que a instituição vai pôr fim ao seu programa de expansão monetária "em linha com a melhoria da economia" e, em particular, quando a inflação atingir o objetivo (de ficar ligeiramente abaixo de 2,0%) de forma duradoura e sustentável a médio prazo em toda a zona euro.

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