POUPANÇA NO MINUTO
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"A reforma estrutural de que o país precisa é no sistema fiscal"
Manuela Ferreira Leite analisa as boas notícias relativas ao crescimento económico do país, tal como o debate parlamentar em torno das "reformas estruturais" que têm sido faladas no Parlamento.
© Global Imagens
Economia Ferreira Leite
Não têm faltado razões para Portugal sorrir de orgulho perante as instituições europeias, com o a economia a crescer sustentadamente e com previsões que auguram melhorias significativas para as contas do país.
É também por isso que, como disse hoje Manuela Ferreira Leite no habitual espaço de comentário da TVI, “não há nenhum motivo objetivo para sermos pessimistas quanto à evolução ou não-sustentabilidade daquilo que se está a passar”, até porque, “a menos que haja qualquer cataclismo”, o crescimento de 3% anunciado por Mário Centeno no segundo trimestre deste ano pode mesmo confirmar-se.
Contudo, a ex-ministra das Finanças lembra o alerta do Banco de Portugal sobre o aumento de concessão de crédito à habitação e ao consumo, o que a leva a sublinhar que é preciso ter cautela “em não continuar a cometer determinados erros que cometemos no passado”, porque, lembra, “às vezes as contas podem estar todas certinhas mas em termos sociais, as coisas estão um bocado desequilibradas”, sendo por isso de capital importância “criar as condições para que as contas correspondam a uma certa realidade”.
Não se trata de uma questão de “deslumbramento”, mas sim “facilitismo”, ou seja, “a ideia que posso fazer a viagem dos meus sonhos amanhã em vez de esperar mais uns tempos e, em vez de ir ao crédito, ir às poupanças”, como metaforiza Ferreira Leite.
Quanto às reformas estruturais, assiduamente debatidas esta semana no Parlamento, a antiga governante considera o termo “um chavão” porque “fala-se em reformas estruturais mas está tudo calado”. “Penso que não há ninguém que duvide de que a reforma estrutural que o país precisava neste momento era no sistema fiscal num conceito completamente diferente”, acrescenta.
Como exemplo, Manuela Ferreira Leite lembra as reformas na Segurança Social, em que “é algo que está a ser discutido e cujo problema não é para amanhã, é para prever o que é que ela, daqui a 15 ou 20 anos, está preparada para responder aos problemas das pessoas”.
“Tenho dúvidas sobre o que é isso das reformas estruturais e a que é que se referem quando falam nessas reformas estruturais. Não dou grandes achegas, porque eu acho que ninguém sabe, porque se se soubesse, não se falava só em reformas estruturais", remata.
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