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BPI: Pablo Forero assume hoje liderança e inicia novo ciclo do banco

Os acionistas do BPI reúnem-se hoje para a assembleia-geral que marcará a saída de Ulrich de presidente executivo e a entrada de Pablo Forero, até agora diretor-geral do CaixaBank, grupo espanhol que controla o BPI.

BPI: Pablo Forero assume hoje liderança e inicia novo ciclo do banco
Notícias ao Minuto

06:23 - 26/04/17 por Lusa

Economia Banca

A reunião magna arranca pelas 10h00 no Porto, na Fundação de Serralves, e não são esperadas surpresas, uma vez que o catalão CaixaBank detém 84,51% do capital social e direitos de voto e o grupo segurador alemão Allianz (que tem um acordo com o BPI para a colocação dos seus produtos) tem 8,27%, estando o restante capital social disperso por acionistas minoritários.

Entre os nove pontos da ordem de trabalho da convocatória, o destaque vai para a eleição da nova administração, depois de em fevereiro o CaixaBank ter passado a controlar o BPI através de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), isto após mais de dois anos de "guerra" entre os espanhóis e os angolanos da 'holding' Santoro (controlada por Isabel dos Santos), que acabaram por sair do capital do banco.

Fernando Ulrich, presidente executivo do BPI nos últimos 13 anos e que se impôs como o rosto da instituição, despede-se do cargo hoje, precisamente no dia em que completa 65 anos.

Para o seu lugar, irá o espanhol Pablo Forero, com experiência na banca de investimento, tendo trabalhado 19 anos no norte-americano JP Morgan, e que é desde 2009 quadro do CaixaBank, onde era até agora diretor-geral de riscos.

Forero já está familiarizado com o BPI, uma vez que faz parte do Conselho de Administração do banco desde outubro passado e vive em Lisboa já há alguns meses a preparar a transição de administração.

Mudança também significativa será a saída de Artur Santos Silva de presidente do Conselho de Administração (presidente não executivo ou 'chairman'), passando Ulrich a ocupar esta função.

A alteração do cargo de Santos Silva, para quem será criado o cargo de presidente honorário, tem importância simbólica uma vez que foi quem fundou, na década de 1980, o BPI baseado na ideia de um banco de capitais maioritariamente portugueses assente no equilíbrio de vários acionistas.

Um "sonho" que, admitiu em setembro do ano passado, se tornou impossível perante a falta de dinheiro dos investidores nacionais para suportar grandes bancos, estando estes cada vez mais em mãos estrangeiras.

Segundo a proposta que irá hoje a votos, o novo Conselho de Administração do BPI terá Fernando Ulrich como 'chairman', dois vice-presidentes (Pablo Forero, o presidente executivo, e António Lobo Xavier) e 16 vogais, sendo esses Alexandre Lucena e Vale, António Farinha de Morais, Cristina Rios Amorim (do Grupo Amorim), Francisco Barbeira, Gonzalo Rotaeche, Ignacio Alvarez-Rendueles, João Oliveira e Costa, José Pena do Amaral, Javier Riera, Juan Alcaraz, Juan Fuertes, Lluís Pi, Pedro Barreto, Tomas Jervell, Vicente Barutel, e ainda um representante da Allianz.

A nova administração do BPI marca a mudança de ciclo do banco e também a entrada num período de reestruturação, provavelmente com implicações profundas.

Em abril, o presidente executivo do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, disse na assembleia-geral do grupo que estava a ser trabalhado um "plano de 100 dias" para melhorar a gestão do BPI e aumentar as receitas, prevendo sinergias nos próximos anos que permitam poupar 120 milhões de euros por ano.

É ainda conhecido que o CaixaBank quer, no âmbito do corte de custos, reduzir a estrutura do banco com a saída de cerca de 900 trabalhadores nos próximos dois a três anos.

Para o futuro, a mudança poderá ainda implicar maior integração entre BPI e Caixabank, ainda que os responsáveis do grupo espanhol tenham vindo a dizer que querem manter a "identidade própria" do Banco BPI assim como a marca.

A assembleia-geral de hoje servirá também para eleger os restantes órgãos sociais para o triénio 2017/2019 - a mesa da assembleia geral, o conselho fiscal, a comissão de remunerações -, e aprovar as contas de 2016, ano em que o BPI teve lucros de 313,2 milhões de euros (mais 32,5% do que em 2015).

Serão ainda deliberadas algumas alterações aos estatutos do banco - como o aumento para 11 (em vez de nove) do número de membros da Comissão Executiva ou autorização para que a administração faça aumentos de capital até 500 milhões de euros e emita dívida que conte para capital - e será votada remuneração variável relativa a 2016 a atribuir aos administradores executivos que agora cessam funções.

Segundo a proposta, Fernando Ulrich recebará 465,5 mil euros e aos restantes vogais da Comissão Executiva (José Pena do Amaral, Maria Celeste Hagatong, Manuel Ferreira da Silva, Pedro Barreto e João Pedro Oliveira e Costa) deverão ser pagos 328,6 mil euros a cada um.

Já a António Domingues é proposto que receba 106,7 mil euros, uma vez que foi presidente-executivo durante apenas parte do ano de 2016, antes de assumir funções como presidente da Caixa Geral de Depósitos, para um curto e polémico mandato de quatro meses.

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