Recuperação da construtora Irmãos Cavaco nas mãos da CGD
A aprovação do plano de recuperação da construtora Irmãos Cavaco está dependente do voto favorável da Caixa Geral de Depósitos (CGD), disse hoje o administrador judicial da empresa, Francisco Duarte.
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Economia Plano
Durante a assembleia de credores da empresa de Santa Maria da Feira, que decorreu hoje no Tribunal de Oliveira de Azeméis, 28,5% dos credores votaram contra o plano de recuperação apresentado pela administração da construtora.
Entre os credores que votaram contra estão o BCP e o Santander Totta - dois dos principais credores - as Finanças e vários trabalhadores.
No entanto, um grupo de cinco credores que representam 12,7% dos votos, onde se inclui a CGD, o BIC e a Segurança Social, pediram para votar por escrito no prazo de dez dias.
Em declarações à agência Lusa, o administrador judicial disse que estes credores vão decidir se o plano é aprovado ou rejeitado, realçando que a CGD tem "um peso significativo, porque sozinha pode logo chumbar o plano".
"Só a Caixa representa 5,1% dos votos, o que quer dizer que se votar contra, automaticamente chegamos aos 33,4% dos votos, que são suficientes para chumbar o plano", disse Francisco Duarte.
O plano apresentado pela devedora prevê o pagamento das dívidas aos credores comuns, nomeadamente bancos, fornecedores e prestadores de serviços, em 15 anos, com um período de carência de quatro anos, enquanto os créditos laborais serão pagos em 138 prestações mensais.
A administração da construtora sustenta que a aprovação do plano é a solução "claramente mais vantajosa", considerando que num cenário de liquidação e venda dos ativos, os credores comuns receberão "uma percentagem reduzida, se não mesmo nula, dos seus créditos".
Fundada há 40 anos, a Irmãos Cavaco foi oficialmente declarada insolvente em agosto de 2016, depois de o Supremo Tribunal de Justiça ter revogado o segundo Processo Especial de Revitalização, que estava em curso desde 2015.
Nos últimos anos, a empresa, que se especializou em obras hidráulicas, levou a cabo um despedimento coletivo com vista a ajustar o número de trabalhadores à sua nova realidade.
De acordo com a lista de credores reconhecidos elaborada pelo administrador judicial, a construtora tem dívidas de 81,6 milhões de euros distribuídas por cerca de 800 credores.
A banca detém quase metade da dívida. O maior credor é o Novo Banco, que reclama uma dívida de 19,6 milhões de euros. Seguem-se o BCP (7,1 milhões de euros), o Santander Totta (7,1 milhões de euros) e a Caixa Geral de Depósitos (3,3 milhões de euros).
A empresa deve ainda 1,9 milhões de euros à Segurança Social e 766 mil euros ao Estado.
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