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Investigadores discutem pressão do imobiliário e do turismo em Lisboa

Especialistas nacionais e estrangeiros de cidades que já foram pressionadas pelo imobiliário e pelo turismo participam numa conferência em Lisboa na próxima semana para discutir o futuro da capital portuguesa.

Investigadores discutem pressão do imobiliário e do turismo em Lisboa
Notícias ao Minuto

09:59 - 12/04/17 por Lusa

Economia ISCTE

A conferência "Lisboa, que futuro?" decorre nos dias 17 e 18 de abril (segunda e terça-feira), no ISCTE -- Instituto Universitário de Lisboa.

"O objetivo é discutir as mudanças atuais da cidade de Lisboa, em grande medida a partir das experiências internacionais de outras cidades que já viveram este fenómeno", disse à Lusa a socióloga Sandra Marques Pereira, do ISCTE, responsável pela organização.

A cidade passou do centro histórico deserto à ocupação por novos moradores de estratos sociais mais elevados e por turistas, obras de reabilitação e rendas e casas cada vez mais caras, "um processo que atrai investidores e expulsa moradores e comerciantes mais antigos e impossibilita a instalação de novos moradores da classe média".

Segundo a socióloga, é sobretudo a partir de 2014 que os indicadores mostram esta corrida ao imobiliário e o aumento dos preços na capital portuguesa, mudanças associadas ao ressurgimento dos centros, que "depois se relacionam com novas lógicas globais de descoberta das cidades".

No caso de Lisboa, "a entrada muito rápida e muito recente da cidade nas lógicas do mercado imobiliário global" vai ter impactos muito fortes no ponto de vista do preço, que se passa a reger pelos padrões do mercado global.

"Estamos numa fase relativamente inicial do processo, apesar de, aos olhos da maioria das pessoas - e é verdade, de acordo com indicadores do turismo -, o fenómeno do turismo já esteja presente com grande força, mas a nossa opinião é a de que, apesar de tudo, o fenómeno ainda está numa fase inicial", salientou.

Daí que venham discutir este fenómeno investigadores de cidades como Nova Iorque, Barcelona, Milão, Vancouver e Paris, que já estudaram processos semelhantes.

Entre estes estão a socióloga Sharon Zukin, estudiosa do processo de gentrificação (substituição dos anteriores moradores/comerciantes por outros com mais capacidade económica) de Nova Iorque, do geógrafo canadiano David Ley e de Oriol Nel·lo Colom, com uma apresentação sobre o impacto do turismo em Barcelona e as medidas adotadas para diminuir os impactos negativos.

De Lisboa estão também, além de investigadores, vários intervenientes do terreno, como representantes de associações de comércio, do turismo e de moradores.

Sandra Marques Pereira gostaria que da conferência "saísse uma sensibilização para as várias instâncias mais ou menos diretamente envolvidas neste processo no sentido de começar a haver uma reflexão mais aprofundada sobre este tema".

"Sobretudo começar-se a investir na monitorização em tempo real e começar a pensar que medidas podemos começar a tomar tendo consciência de que o turismo é imparável, que não temos qualquer margem de manobra para dominar a globalização. Mas que, apesar de tudo, é possível ter alguma ação no sentido de minimizar os impactos negativos deste processo", afirmou.

A conferência é organizada pelo DINÂMIA'CET-IUL (Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território, do ISCTE).

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