Banco de Inglaterra terá estado envolvido na manipulação da libor
O Banco de Inglaterra esteve alegadamente envolvido no caso da manipulação da taxa de juro interbancária libor, segundo uma gravação secreta revelada pelo programa Panorama da cadeia britânica BBC.
© Reuters
Economia BBC
A gravação, que data do ano 2008, põe de manifesto que a entidade pressionava presumivelmente os bancos comerciais, durante a crise creditícia, para que baixassem as taxas de juro libor.
O escândalo da libor rebentou há quase cinco anos quando o Barclays foi multado pelo regulador britânico com milhões de libras por falsificar aquela taxa de juro interbancária, que se fixa em Londres, e a equivalente europeia, Euribor, entre 2005 e 2009.
A libor é a taxa de referência para determinar os juros com os quais as entidades oferecem fundos a outros bancos no mercado monetário e afeta os contratos hipotecários e outros empréstimos.
Na gravação, que a BBC deverá emitir hoje à noite, segundo a agência Efe, um gerente do Barclays, Mark Dearlove, dá instruções a Peter Johnson, encarregado da libor, para que reduza os juros.
"A conclusão é que vais odiar isto, mas temos algumas pressões sérias do Governo do Reino Unido e do Banco de Inglaterra para pressionar para baixo as nossas libor", afirma Dearlove a Johnson, segundo a BBC.
Johnson expressa as suas reservas sobre esta instrução e sublinha que esta suporia violar as regras que regulamentam a libor.
A conversação entre Dearlove e Johnson ocorreu em 29 de outubro de 2008, o mesmo dia em que Paul Tucker, então diretor executivo do Banco de Inglaterra, telefonou ao conselheiro de então do Barclays, Bob Diamond.
Em 2012, Diamond e Tucker prestaram declarações na Comissão do Tesouro do Parlamento britânico e admitiram que tinham tido conhecimento há pouco tempo da manipulação da taxa de juro.
Ao ter constância desta gravação, o deputado Chris Philip, da referida comissão, expressou à BBC a preocupação por Diamond e Tucker terem podido enganar o Parlamento.
Philips considerou esse presumível engano como um assunto "muito grave" e defendeu a convocação "urgente daquelas pessoas outra vez para o Parlamento para explicarem porque é que parece que enganaram os deputados".
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