Santander multado em 26 milhões nos EUA por práticas predatórias crédito
O banco Santander vai pagar 26 milhões de dólares (24 milhões de euros) para encerrar processos judiciais por envolvimento em práticas predatórias na concessão de crédito automóvel e emissão de obrigações nos Estados norte-americanos do Massachusetts e Delaware.
© Reuters
Economia Banco
O Santander Consumer USA, una unidade do banco espanhol, concedeu crédito para aquisição de automóveis a consumidores suscetíveis de não o pagar, com elevadas taxas de juro, acusou a procuradora-geral do Massachusetts, Maura Healey, estimando em mais de dois mil o total de condutores envolvidos.
"O Santander SABIA (em maiúsculas no original) que estava a conceder maus empréstimos aos consumidores. Empréstimos que sabia que não nos podiam pagar", avançou Healey, na rede social Twitter.
"Depois de consolidar [juntar] os créditos ruinosos, o Santander securitizou-os e vendeu-os com lucro", acrescentou.
[A securitização é uma operação que consiste na emissão de obrigações ('securities') garantidas pelo rendimento de outras fontes, como o crédito automóvel ou imobiliário.]
Healey e o procurador-geral do Delaware, Matt Denn, descreveram um esquema similar ao que contribuiu para a crise financeira de 2008, provocada pela aprovação laxista de créditos a candidatos a compra de habitação sem capacidade de os contrair.
Estes créditos, designados tóxicos, eram então reunidos e securitizados, acabando por expor o sistema financeiro mundial à implosão do mercado de habitação dos EUA e á subsequente crise financeira de 2008.
Os bancos foram depois forçados a pagar milhares de milhões de dólares em penalidades e devoluções para encerrarem processos judiciais.
Neste caso, o Santander vai pagar 22 milhões de dólares no Massachusetts, 3,9 milhões no Delaware, com a maior parte destas verbas a irem para consumidores.
A importância de empréstimos para compra de automóveis sem qualidade, os designados empréstimos 'subprime', está a crescer nos EUA.
O banco de Reserva Federal em Nova Iorque, nos últimos meses, tem salientado o crescimento preocupante destes créditos a devedores com baixa capacidade de reembolso, que já representam cerca de um terço do valor dos empréstimos concedidos às famílias, com uma taxa de não-pagamento em torno de 2% do total, o que significa seis milhões de pessoas.
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