Trabalhadores da EMEF saem à rua em abril pela reintegração na CP
Meia centena de trabalhadores da Empresa de Manutenção de Equipamentos Ferroviários, hoje reunidos em plenário nacional junto das instalações da empresa na Amadora, decidiram fazer uma marcha de luta, em abril, pela reintegração da EMEF na CP.
© Reuters
Economia Transportes
"Aprovámos mandatar as organizações representativas dos trabalhadores da EMEF para realizarem em abril marchas ao longo de uma semana, ou em alguns dias da semana, nos distritos onde existem estabelecimentos da empresa, ações que terminarão com uma marcha, em Lisboa, e acabará junto à residência oficial do primeiro-ministro [António Costa]", disse à margem do plenário o coordenador do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), afeto à CGTP.
E prosseguiu: "a ação descentralizada em forma de marcha nos distritos onde está a EMEF, que terminará com uma marcha entre o dono da CP e o responsável do Governo [o primeiro-ministro], visa reivindicar a reintegração da EMEF na CP como existia há uns anos".
Para o dirigente sindical, a reintegração "é fundamental", pois trata-se de "uma empresa estratégica" e devido "aos efeitos práticos da sua reintegração é [também] uma mais-valia para o país".
Abílio Carvalho considerou ainda que a reintegração da EMEF na CP "acrescentará valor", não só em termos de construção de material circulante, como ao nível da manutenção do material que existe na CP e que "está muito degradado".
O sindicalista defende a possibilidade de a EMEF poder alargar o trabalho que faz também a "outras empresas de fora", salvaguardando assim "o futuro dos trabalhadores e o interesse da economia e do país".
No dia da greve de 24 horas, em que os trabalhadores se reuniram em plenário nacional junto da EMEF, na Amadora, depois de já terem feito plenários setoriais, uma delegação entregou à administração da EMEF uma resolução em que se exige "o início imediato" da contratação coletiva vigente na empresa, com o objetivo de "aumentar os salários e atualizar as restantes pecuniárias".
"O que está a falhar na negociação é a empresa, nomeadamente ou por via da administração ou por via do Governo não nos receber e não se sentar à mesa connosco para que haja discussão a sério", advertiu o sindicalista.
No fundo, os trabalhadores exigem a abertura do processo negocial com a administração da EMEF, que acabe "a intransigência" em negociar os aumentos, "o que não acontece desde 2009", disse Abílio Carvalho, lembrando que a reivindicação para o aumento salarial é de 4%.
"A empresa não foi privatizada com o anterior Governo, mas o que continua em cima da mesa são más políticas, más ideias para o futuro da empresa", salientou.
O sindicalista lembra que foi anunciado há pouco o primeiro Alfa Pendular remodelado, mas se se for ver o resto de todo o material que existe atualmente no país está muito aquém daquilo que devia ser para prestar um serviço público [no regional e nos suburbanos] aos utentes".
Por sua vez, Nelson Ferreira, trabalhador da EMEF, disse à Lusa que "há urgência na renovação de toda a frota e não só nos Alfa Pendulares", adiantando que está em causa o "congelamento de carreiras, desde 2009 e o trabalho precário que continua a existir nas oficinas da empresa".
Nelson Ferreira entende que "não há razões para que a EMEF não volte à CP", e diz que a divisão EMEF/CP foi feita para "serem criados mais cargos", sem uma visão do interesse do setor ferroviário e da economia do país.
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