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Luanda sem eletricidade deixa postos de combustíveis sem gasóleo

Vários postos de combustível de Luanda estão sem gasóleo, perante a crescente procura de automobilistas e população para o abastecimento de geradores, com o fornecimento de eletricidade da rede pública reduzido a poucas horas por dia.

Luanda sem eletricidade deixa postos de combustíveis sem gasóleo
Notícias ao Minuto

13:57 - 24/03/17 por Lusa

Economia Angola

Numa ronda efetuada hoje por vários postos de abastecimento de combustível do centro e arredores de Luanda, a Lusa constatou a falta de gasóleo na maior parte destas, e verdadeira enchentes naquelas que ainda o comercializam.

"Desde ontem [quinta-feira] que estamos nesta condição. Não temos gasóleo, a procura é grande", contou à Lusa um dos funcionários das bombas da Sonangol no São Paulo.

Situação semelhante vive-se no posto de abastecimento da zona do Miramar, igualmente no centro de Lunda, onde outro funcionário explica que apenas esta manhã o posto foi abastecido, o qual tem sido irregular e insuficiente face à procura, de viaturas e populares, carregados de bidões para alimentar os geradores de casa.

"Segunda-feira tinha, mas não demorou, estamos com esta situação desde fevereiro com abastecimento limitado e não sabemos o que se passa. Apenas hoje de manhã recebeu gasóleo", contou.

A petrolífera angolana Sonangol anunciou na quarta-feira que aumentou em 25% o fornecimento de combustível aos postos de distribuição, para responder à elevada procura, nos últimos dias, sobretudo de gasóleo.

Em comunicado, a concessionária angolana informou que as recentes restrições no fornecimento de eletricidade a Luanda e aos grandes centros populacionais do país, devido ao início do enchimento da albufeira da barragem hidroelétrica de Laúca, provocaram um aumento significativo do consumo de combustíveis para uso doméstico, nomeadamente geradores.

A operação de reforço está em curso e nos próximos dois dias, segundo a Sonangol, vão estar disponíveis mais 75.500 toneladas métricas de gasóleo, em todo o país.

Num cenário em que várias zonas da cidade estão há dias sem eletricidade e outras apenas com fornecimento da rede pública por poucas horas diárias, a procura pelo gasóleo, para os geradores caseiros, contínua crescente em Luanda, conforme explicou à Lusa Josué Janota, um dos responsáveis das bombas da Sonangalp na avenida Hoji-ya-Henda, na capital.

Josué Janota conta mesmo que na quinta-feira o posto foi abastecido com trinta mil litros mas que acabaram em menos de cinco horas.

"Por esta altura já aguardamos por novo abastecimento dos depósitos", apontou.

Fernando Leitão é gerente de outro dos postos de combustível da Sonangalp no centro da cidade e que desde quinta-feira está sem gasóleo. Sempre que há, afirma que triplica a venda de gasóleo em comparação com os meses anteriores.

"A procura aumentou, aliás neste momento estou mesmo com falta e estou a vender mais que os meses anteriores. Geralmente, em gasóleo, eu fazia uma média de 6.000 a 7.000 litros e ainda ontem vendi 23.000 litros", sublinhou.

O gerente do posto de combustível considera de preocupante e incompreensível a atual carência que se regista no fornecimento de gasóleo.

"Isto é muito complicado e nem sabemos como é que havemos de explicar. Porque de facto há falta, recebe-se um dia e ficamos dois ou mais dias sem o abastecimento do gasóleo. Não havendo também energia elétrica na cidade então mais consumo exige, os fornecedores vão falhando nas entregas e é muito complicado", rematou.

A Sonangol explica o cenário com o atraso na comunicação da Empresa Pública de Produção de Eletricidade (PRODEL) sobre as restrições no fornecimento de eletricidade, o qual provocou um afluxo "anormal" dos consumidores aos postos de abastecimento.

As províncias de Cabinda, Benguela, Cuanza Sul, Lunda Norte e Lunda Sul têm o problema agravado, de acordo com a Sonangol, devido às chuvas intensas que têm caído sobre aquelas regiões, impedindo a "rápida e normal circulação dos camiões e abastecedores".

"O mau tempo tem também impedido a atracagem de navios em Cabinda e Benguela, adiando assim a descarga de combustíveis", explicou anteriormente a petrolífera.

Angola é o maior produtor de petróleo em África, mas importa mensalmente 160 milhões de euros de combustíveis refinados, dada a falta de capacidade nacional de refinação.

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