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INE divulga hoje défice que abre caminho ao fim do PDE

O INE deve divulgar hoje que o défice orçamental de 2016 ficou abaixo de 2,5% do PIB, meta definida para o país pela Comissão Europeia, abrindo caminho ao encerramento do Procedimento por Défices Excessivos (PDE) aplicado desde 2009.

INE divulga hoje défice que abre caminho ao fim do PDE
Notícias ao Minuto

06:20 - 24/03/17 por Lusa

Economia OE2016

O Instituto Nacional de Estatística (INE) envia hoje a Bruxelas a primeira notificação do PDE, que inclui o valor do défice orçamental do conjunto de 2016 apurado em contas nacionais, a ótica dos compromissos e que serve para apurar se as regras europeias estão a ser cumpridas.

O Governo, pela voz do ministro das Finanças, Mário Centeno, garantiu no parlamento, em fevereiro, que o défice orçamental do ano passado não terá sido superior a 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB), uma estimativa mais otimista do que a meta prevista inicialmente pelo executivo, que era de 2,4%.

Já a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) tem uma estimativa para o défice do ano passado um pouco superior à estimada pelo Ministério das Finanças, prevendo que se tenha situado em 2,3% do PIB.

Em qualquer dos casos, o valor do défice deverá ser suficiente para encerrar o PDE, por ser inferior não só ao valor de referência de 3,0% previsto no Pacto de Estabilidade e Crescimento, mas também da meta mais exigente, de um défice de 2,5% do PIB, definida para o país aquando do encerramento do processo de aplicação de sanções.

A aplicação de sanções a Portugal esteve em cima da mesa depois de o país não ter conseguido corrigir o défice excessivo no período definido.

A história do atual PDE de Portugal começa a contar-se em 2009, quando Portugal teve um défice de 9,8% do PIB. O Conselho determinou que Portugal tinha um défice excessivo e que esse valor deveria ser corrigido até 2013. No entanto, perante o resgate pedido em 2011 e a recessão que atingia o país, o Conselho decidiu em outubro de 2012 dar mais um ano para essa correção.

No entanto, o prazo foi novamente prolongado em junho de 2013, ficando Portugal obrigado a cumprir os 3,0% até 2015, quando o país furou novamente a meta. Nesse ano, o défice representou 4,4% do PIB (incluindo a resolução do Banif, que custou 1,4% do PIB), abrindo a porta a punições de Bruxelas.

Este tema foi motivo de um quente debate político a nível nacional, e também na Europa, mas o Conselho acabou por decidir não aplicar sanções a Portugal, definindo novos prazos e novas metas para a correção do défice.

Dessa forma, Portugal teria de reduzir o seu défice excessivo para um valor inferior a 2,5% em 2016, valor que o INE deverá confirmar hoje, abrindo caminho ao encerramento do PDE.

De todo o modo, para que Bruxelas feche o PDE de Portugal é preciso que a correção do défice seja considerada duradoura, o que implica que o défice de 2016 não ultrapasse os 3,0% do PIB e que as previsões da Comissão Europeia da primavera para os anos de 2017 e 2018 indiquem que o défice não exceda aquele limite.

O vice-presidente da Comissão Europeia responsável pelo Euro e Estabilidade, Valdis Dombrovskis, já disse que Portugal deverá sair do PDE se as estatísticas oficiais do Eurostat o confirmarem (divulgadas no final de abril), mas tem vindo a reafirmar a necessidade de medidas ambiciosas no Programa Nacional de Reformas (PNR), que o Governo tem de remeter a Bruxelas até ao final desse mês.

Isto significa que a decisão do encerramento do PDE não será conhecida antes de maio, porque a decisão final cabe ao Conselho, que terá de emitir um parecer sobre uma proposta da Comissão para o fim do procedimento, o que ainda poderá levar várias semana, consoante as ordens do dia das reuniões do Conselho, nomeadamente do Ecofin (Conselho dos ministros das Finanças da União).

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