"Vamos conquistar [os portugueses] como fizemos em Espanha a partir de uma aldeia perto de Valência" em 1981, disse hoje o presidente da Mercadona, Juan Roig, acrescentando que hoje os supermercados da Mercadona estão espalhados por todas as regiões espanholas.

Em Portugal, depois dos quatro supermercados que vão abrir na zona do Grande Porto em 2019, a rede de lojas "irá para o sul, Lisboa e o resto do país".

Juan Roig fez estas declarações aquando da apresentação, em Valência, dos resultados de 2016 da empresa, numa conferência de imprensa durante a qual sublinhou pretender "também gerar empregos e contribuir para o desenvolvimento de Portugal".

"Temos muito respeito pela concorrência" dos dois principais grupos do setor em Portugal, Pingo Doce (Jerónimo Martins) e Continente (Sonae) , afirmou Juan Roig que revelou ser um "grande amigo" de um dos donos dessas empresas, sem revelar qual delas se tratava.

"Uma coisa é ser amigo e outra é concorrer", disse o presidente da Mercadona, que se mostrou "encantado" com a forma como a empresa espanhola está a ser recebida em Portugal.

A Mercadona já contratou cerca de 85 quadros médios em Portugal de um total de 350 trabalhadores que pretende ter até 2019, quando abrir os primeiros quatro supermercados na zona do Grande Porto.

Em Portugal "vamos ser portugueses", sublinhou Roig, assegurando que haverá os produtos nacionais que os clientes do país quiserem.

A cadeia de retalho espanhola prevê realizar um investimento de 25 milhões de euros até 2019 nos escritórios que já tem no Porto e em Lisboa, assim como na construção dos quatro supermercados que vão abrir na zona do Grande Porto.

A primeira destas superfícies comerciais será aberta na freguesia do Canidelo, concelho de Vila Nova de Gaia.

A empresa comprou em 2016 cerca de 52 milhões de euros de produtos em Portugal para serem vendidos nos cerca de 1.614 supermercados que tinha em Espanha.

Segundo dados fornecidos pela Mercadona, a empresa reclama a liderança do mercado de distribuição e venda de produtos alimentares em Espanha, com uma quota de 22,9%, à frente dos grupos Dia e Carrefour, com 8,5%, e Lidl, com 4,1%.

A empresa teve lucros de 636 milhões de euros em 2016, um aumento de 4% em relação a 2015, com as vendas também a subirem para os 21,623 mil milhões de euros.

A Mercadona criou mais quatro mil empregos no ano passado em Espanha, país onde tem 79 mil trabalhadores.

Em 2017, a empresa tem previsto fazer em Espanha o maior investimento da sua história: entre mil e 1,2 mil milhões de euros, segundo Juan Roig.