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Frutos secos estão a chamar jovens e a criar novos negócios

Os frutos secos estão a chamar jovens para a agricultura e a gerar novos negócios, como uma empresa artesanal de Vila Nova de Famalicão apostada em conquistar mercado com diferentes usos para a castanha.

Frutos secos estão a chamar jovens e a criar novos negócios
Notícias ao Minuto

16:24 - 24/02/17 por Lusa

Economia Agricultura

Sílvia Santos cresceu entre os soutos do pai numa aldeia de Vinhais, no distrito de Bragança, a zona maior produtora de castanha em Portugal, e é lá que vai buscar o fruto para o projeto que lançou há pouco mais de um ano em Vila Nova de Famalicão com o marido.

O casal investiu 25 mil euros numa fábrica artesanal para explorar o valor nutritivo deste fruto e usos inovadores associados ao têxtil, apresentados hoje num seminário internacional organizado pelo Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos (CNCFS), em Bragança, como um projeto inovador do setor.

"Ainda estamos a tentar lutar contra aquela ideia que existe em Portugal: a castanha é assada, cozida. Nós estamos a tentar apelar um bocadinho à parte nutritiva. É um fruto muito rico, saudável e pode ser a alternativa a muitas coisas", afirmou à Lusa, Sílvia Santos.

O passo inicial é a produção de farinhas com a aposta "no sem glúten", aproveitando as características naturais da castanha, também indicadas para diabéticos.

A aposta é no mercado externo e a estratégia é "começar por coisas mais pequeninas: minimercados, supermercados regionais com corredores é prateleiras dedicadas a países".

A produção tem chamado também jovens ao setor, com o incentivo das majorações nos financiamentos dos projetos e do mercado que garante o escoamento com a procura superior à oferta.

Há uma década, meia centena de produtores de castanha criaram a Cooperativa Soutos de Cavaleiros, em Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança, que hoje é uma Organização de Produtores (OP) reconhecida com mais de 120 associados e a atividade alargada à amêndoa, avelã, pistácio e noz.

"Nós tínhamos muitas zonas abandonadas, muitos soutos abandonados, muitas pessoas que não queriam saber. Neste momento, temos jovens a agarrar nessas terras abandonadas e a produzi-las, o que é ótimo", afirmou à Lusa, Ema Lopes, técnica da cooperativa.

A cooperativa não tem preocupações com a venda da produção. No caso da castanha, 90% das cerca de 120 toneladas anuais que comercializa, é comprada por italianos e os restantes pelo comércio tradicional de Lisboa Porto e vendedores ambulantes.

Este será o primeiro ano em que a cooperativa irá trabalhar com a amêndoa e tem planos para "começar, a muito curto prazo, a tentar fazer farinha de castanha e castanha pilada (seca)".

A atividade envolve perto de uma dezena de trabalhadores, contando com a laboração sazonal.

Com um número idêntico trabalha permanentemente Nuno Ferreira, da empresa PABI- Produtos Alimentares da Beira Interior, líder no mercado nacional da transformação de amêndoa em farinhas, lâminas, palitos e todos os derivados.

"Portugal acordou", enfatizou Nuno Ferreira, apontando que até há bem pouco tempo, o país nem era considerado nas estatísticas internacionais da amêndoa e "agora já se fala que o Alentejo pode ser uma Califórnia", numa referência à zona dos Estados Unidos da América que é a maior produtora mundial deste fruto seco.

De Espanha chegou hoje ao seminário, em Bragança, o exemplo da "Almendras de la Mancha", uma empresa de transformação que trabalha com a região de Trás-os-Montes na compra e venda de amêndoa.

Como indicou Beatriz Ostos, representante da empresa, "Espanha absorve uma grande quantidade porque tem uma indústria muito importante, mas a Europa é um grande consumidor, principalmente a Alemanha, França, Itália, Reino Unido".

A procura cresce também de países como a China, índia, Emirados Árabes, que estão a aumentar muito o consumo.

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