Venda do Novo Banco avança. Lone Star é o escolhido
O fundo de investimento norte-americano está em condições privilegiadas para conseguir assumir o controlo do antigo Banco Espírito Santo.
© Reuters
Economia BdP
O esperado anúncio do Banco de Portugal chegou finalmente e sem surpresa, o fundo Lone Star é o candidato escolhido para entrar na fase final de negociações, derradeiro passo para acertar a venda do Novo Banco.
"O Banco de Portugal decidiu selecionar o potencial investidor Lone Star para uma fase definitiva de negociações, em condições de exclusividade, com vista à finalização dos termos em que poderá realizar-se a venda da participação do Fundo de Resolução no Novo Banco", pode ler-se no curto comunicado divulgado esta manhã pelo banco regulador nacional através do seu site oficial.
O mais recente passo em frente nas negociações com o fundo de investimento norte-americano surge após uma primeira fase de negociações avançadas iniciada em janeiro, altura em que o Banco de Portugal anunciou que o Lone Star estava na frente da corrida. Os restantes candidatos tiveram oportunidade de melhorar as respetivas propostas no último mês e meio, mas não conseguiram convencer o banco regulador a voltar atrás.
Recorde-se que também em janeiro o fundo Lone Star divulgou um comunicado onde reconhecia o "enorme potencial por explorar" do Novo Banco e no qual falava na intenção de fechar o processo de compra do Novo Banco.
""Vamos continuar a trabalhar incansavelmente com o Banco de Portugal, o Fundo de Resolução e o Governo português para assegurar um acordo final para apoiar a reestruturação do Novo Banco, para um benefício de longo prazo dos seus clientes, colaboradores, credores e da economia portuguesa em geral", afirmou o presidente da Lone Star para a Europa, Oliver Brahin.
"Estamos muito otimistas sobre Portugal e sobre o futuro da economia do país e procuraremos disponibilizar o capital, recursos e os conhecimentos necessários para garantir que o Novo Banco continue a ser um pilar forte do sistema bancário português, com especial enfoque no mercado interno."
"Compreendemos a importância de dar os passos necessários, em parceria com todos os 'stakeholders' do Novo Banco, para ajudar a restabelecer a saúde financeira da instituição, numa perspetiva de longo prazo", sublinha Oliver Brahin.
Segundo o Jornal de Negócios, a proposta do Lone Star consiste numa oferta de 750 milhões pelo Novo Banco e admite uma injeção de mais 750 milhões.
O Lone Star é um fundo 'private equity', que investe capital em empresas nas quais considera que existe espaço para valorização, e em Portugal tem aplicações em Vilamoura, para apostar no golfe e na marina, e vários centros comerciais da marca Dolce Vita, alguns dos quais alienados, entretanto, ao Deutsche Bank.
O Novo Banco foi criado no início de agosto de 2014, na sequência da resolução do Banco Espírito Santo (BES), e é um banco de transição detido integralmente pelo Fundo de Resolução bancário.
Depois do colapso do BES, o Novo Banco foi capitalizado com 4,9 mil milhões de euros através do Fundo de Resolução Bancária. O Estado português entrou com 3,9 mil milhões de euros neste Fundo e os bancos com os restantes mil milhões.
Em dezembro de 2015 foram prolongadas as garantias estatais ao Novo Banco e a data limite para a sua venda foi estendida, por acordo com a Comissão Europeia, até agosto de 2017. Entre os concorrentes estão os fundos chinês China Minsheng e norte-americanos Lone Star e Apollo.
[Notícia em atualização]
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