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OPA/BPI: Associação estima que maioria tenha vendido ações

O presidente da associação de pequenos investidores ATM estima que a maioria dos associados tenha vendido as ações que detinham do BPI na OPA, preocupados com uma desvalorização dos títulos após a tomada de controlo pelo espanhol Caixabank.

OPA/BPI: Associação estima que maioria tenha vendido ações
Notícias ao Minuto

18:05 - 07/02/17 por Lusa

Economia Investidor

"A informação que temos dos associados, e mesmo dos não associados com quem falámos, é que a esmagadora maioria aceita a oferta porque não quer estar sujeita ao domínio efetivo [do BPI pelo Caixabank], e à reduzida dispersão em bolsa [das ações] com perda de liquidez e de valor", disse à Lusa Octávio Viana.

Ainda assim, afirmou que há investidores que estão a manter posições residuais para terem a legitimidade de acionistas e assim poderem avançar com processos em tribunal contra as condições desta operação.

Segundo informação dada pela ATM em outubro, esta associação representa acionistas do BPI com cerca de 4% do capital no total, entre particulares e institucionais.

A Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI, que já é o maior acionista do banco, arrancou a 17 de janeiro, oferecendo o banco espanhol 1,134 euros por cada ação do banco, e terminou hoje pelas 15:30 (hora de Lisboa).

Para já é sabido que o maior acionista português do BPI, o grupo Violas Ferreira, vendeu a maior parte da sua participação de 2,7% no BPI no âmbito da OPA lançada pelo espanhol CaixaBank, tendo Tiago Violas afirmado que "não tinham alternativa".

Contudo, falta ainda conhecer a decisão da 'holding' angolana Santoro, de Isabel dos Santos, que tem 18,6% de participação social, mas também da seguradora Allianz - com 8,4% - e do Banco BIC, com 2,28%, posição que se relaciona com a da Santoro, uma vez que ambas as empresas têm Isabel dos Santos como acionista de referência.

A OPA do CaixaBank sobre o BPI foi anunciada em abril do ano passado pelo grupo bancário espanhol, no meio de um conflito que o opôs durante o último ano aos angolanos da 'holding' Santoro, tanto por causa da exposição a Angola, como por causa da desblindagem dos estatutos (regra existente no BPI que limitava os direitos de voto a 20%, independentemente da participação).

Os espanhóis ofereceram então 1,113 euros por ação, avaliando o banco em 1.600 milhões de euros, mas condicionaram a oferta à eliminação dos limites aos direitos de voto dos acionistas, o que só viria a acontecer em setembro e graças a um diploma do Governo que facilita essa mudança nos bancos.

Com a desblindagem de estatutos no BPI, o CaixaBank passou então a exercer efetivamente os 45% de participação detida e a OPA passou de voluntária a obrigatória e sobre a totalidade do capital social (100%), tendo o banco espanhol aumentado o valor oferecido por ação para 1,134 euros.

Mais recentemente, em dezembro, o BPI conseguiu ainda reduzir o excesso de exposição a Angola (como exigido pelo Banco Central Europeu), depois de os acionistas terem aceitado vender 2% do Banco de Fomento de Angola (BFA) à operadora angolana Unitel, por 28 milhões de euros.

Esta operação foi já concretizada em janeiro e faz com que a Unitel (empresa também controlada por Isabel dos Santos) passe a ter a maioria do capital do BFA (51,9%), enquanto o BPI ficou com 48,1%.

O preço oferecido pelo CaixaBank nesta OPA foi criticado por vários pequenos acionistas, que o consideram muito baixo e que não paga a perda de controlo do Banco de Fomento de Angola.

Vários pequenos acionistas pediram mesmo à CMVM a nomeação de um auditor independente para definir um preço "justo" da OPA, mas o regulador entendeu que o valor da contrapartida (1,134 euros por ação) cumpria os requisitos legais, nomeadamente a cotação média ponderada do título em bolsa.

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