Argentina experimentou a 'taxa Trump'. Foi um desastre
Uma das medidas mais emblemáticas da política económica de Trump é um alegadamente inovador imposto sobre os produtos importados do México. O mais emblemático exemplo de uma taxa semelhante vem da América do Sul, onde a aplicação foi um verdadeiro fiasco.
© Reuters
Economia América do Sul
Pode não ser uma garantia de fracasso, mas a taxa proposta por Donald Trump para os produtos no México tinha uma irmã gémea que corre o risco de ser abolida na Argentina.
O multimilionário norte-americano tem vendido o imposto sobre os produtos importados do México como uma medida inovadora, mas a verdade é que já foi tentada na América do Sul, com resultados muito piores do que as expectativas. Taxas em 35% os produtos eletrónicos para proteger os trabalhadores argentinos tinha como objetivo impulsionar a economia, mas o balanço mostra que a realidade é bem diferente da teoria.
Segundo a CNN, o governo argentino avançou com o imposto para tentar manter empregos na indústria e encorajar a compra de produtos feitos com mão de obra nacional, mas a reação das marcas deitou tudo a perder. Ao invés de se adaptarem a um novo paradigma, as empresas fizeram disparar os preços dos telemóveis, das televisões e dos computadores e obrigaram os consumidores a encontrarem soluções.
Muitos argentinos passaram a ir ao vizinho Chile comprar equipamentos eletrónicos e o mercado negro passou a ser uma presença constante, retirando dinheiro da economia real. "Toda a gente ficou a perder. Os únicos que ganharam alguma coisa foram as pessoas da indústria", explica Javier Masoero, um software developer de Buenos Aires, em declarações à CNN.
Javier conta que aproveitou as férias ao Chile no ano passado para comprar um iPhone e um portátil da Asus, conseguido poupar mais de 800 euros em impostos. Como exemplo a CNN compara o preço de um iPad nas lojas online da Argentina e da China: um preço de 1.213 euros nos sites argentinos compara-se a um custo de 616 euros num aloja chinesa.
É difícil de imaginar algo semelhante a passar-se nos Estados Unidos, mas a verdade é que essa é a vontade de Donald Trump. Servirá de pouco o aviso argentino, mas o exemplo faz temer o pior.
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