Banco de Moçambique estima crescimento económico de 5,5% em 2017

O Banco de Moçambique (BM) projetou hoje um crescimento económico de 5,5% e uma inflação de 14% em 2017, sinalizando uma ligeira melhoria dos indicadores económicos, que já começaram a sentir-se no último trimestre deste ano.

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Lusa
19/12/2016 17:29 ‧ 19/12/2016 por Lusa

Economia

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"Os desenvolvimentos económicos reportados ao último trimestre do ano indicam uma melhoria dos indicadores, abrindo assim perspetivas mais otimistas para o ano de 2017, sem descurar que continuam elevados os riscos da conjuntura doméstica e internacional", declarou o governador do BM, Rogério Zandamela, por ocasião do encerramento do ano económico, assinalado na sede do banco central, em Maputo.

O governador do BM referiu que a desvalorização da moeda nacional face ao dólar está a diminuir, de 80 meticais em setembro para os 72 atuais, e reviu a sua previsão anterior da inflação anual, de cerca de 30% para 27% em dezembro.

"Temos fortes razões para acreditar que a inflação iniciou um ciclo de abrandamento", afirmou Zandamela, "numa tendência decrescente que prosseguirá em 2017".

O crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 deverá rondar os 4%, contra os 6,8% registados no ano anterior, segundo o BM, e as reservas internacionais, que estiveram em níveis críticos, com uma cobertura de apenas três meses, aumentaram e cobrem agora 3,5 meses.

"Entre outubro e dezembro observámos uma tendência para a venda de divisas ao Banco de Moçambique por iniciativa dos bancos comerciais, totalizando cerca de 174 milhões de dólares dos EUA, que não tem comparação com os últimos anos", observou.

Para 2017, o governador apontou como prioridade o reforço da coordenação de políticas monetárias e fiscais, mas também "resgatar a reputação e a credibilidade do país e das suas instituições, nos planos internacional e doméstico", numa referência ao escândalo das dívidas escondidas, que levou o Fundo Monetário Internacional (FMI) e os parceiros do orçamento do Estado a suspenderem os seus financiamentos.

Nesse sentido, Zandamela elencou a sustentabilidade do crescimento da dívida pública, mas também a paz, para permitir a livre circulação e pessoas e bens, e que a atividade económica decorra normalmente, bem como, "num cenário de imprevisibilidade" dos desembolsos da ajuda externa", o aumento das receitas domésticas.

"Continuaremos a trabalhar em estreita parceria com as instituições do Governo para a rápida retoma do programa com as instituições de Bretton Woods, prioritário para o reforço da confiança junto dos investidores e mercados internacionais e para permitir o retorno dos fluxos de capitais para o país", destacou.

Outro desafio, prosseguiu, "é tornar os grandes projetos de exploração do gás no norte do país em motor de diversificação da economia", incorporando pequenas e médias empresas e usando as receitas nas prioridades da agenda nacional.

Depois de o BM ter liquidado o Nosso Banco e realizado uma intervenção no Moza, Zandamela assegurou que a instituição vai também reforçar a supervisão do sistema financeiro.

Rogério Zandamela avançou ainda que está a negociar com a Associação de Bancos de Moçambique a criação de um indexante único para todo o sistema bancário e que reflita as condições de mercado, "visando reforçar a transparência no mecanismo de formação das taxas de juro que os bancos praticam com a sua clientela".

Através deste indexante, os bancos deverão formar as suas taxas de crédito, devendo os respetivos 'spreads' ser amplamente divulgados", de modo a que os clientes tenham instrumentos transparentes na contratação de cada empréstimo.

Rogério Zandamela espera que a negociação com a Associação de Bancos de Moçambique esteja concluída em breve e implicará o fim do mecanismo atual de indexação das taxas de juro do crédito bancário à taxa mais alta do mercado monetário.

 

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