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Será que os portugueses estão assim tão endividados? Descubra a verdade

Muito se tem falado, desde o início da crise económica e financeira mundial, do elevado nível de crédito malparado e do desequilíbrio entre rendimentos e empréstimos em Portugal. O Economia ao Minuto e o ComparaJá respondem à pergunta mais repetida olhando para os números disponíveis.

Será que os portugueses estão assim tão endividados? Descubra a verdade
Notícias ao Minuto

08:06 - 18/12/16 por Bruno Mourão

Economia Análise

Os sinais existiam muito antes do colapso do Lehman Brothers e sobreviveram teimosamente ao auge dos problemas financeiros que obrigaram o governo Sócrates a pedir ajuda à famosa troika internacional. Portugal não é um dos países mais ricos da zona euro nem tem um dos sistemas financeiros onde o crédito é mais fácil de obter, mas tem um elevado montante de empréstimos a particulares

Quando a economia cresce e o rendimento é maior, o delicado equilíbrio entre rendimento e crédito tende a manter-se, mas o fio da navalha está sempre pronto para castigar a economia quando existe um pequeno deslize. 

Ao longo dos últimos anos, procuraram-se muitas soluções e ainda hoje se ouve muitas vezes a questão: será que os portugueses estão assim tão endividados ou será que estamos a falar de má gestão pública que pesa sobre os ombros dos cidadãos? A resposta não é simples, mas olhando para os números disponibilizados pelo Eurostat, Banco Central Europeu e FMI, o ComparaJá ajuda o Economia ao Minuto a esclarecer a questão de uma vez por todas. 

Olhando para a zona euro, Portugal está a meio da tabela na maior parte das estatísticas económicas e financeiras: produção, população, total de crédito concedido, crédito à habitação, crédito ao consumo... Tudo parece normal olhando para os valores totais. No entanto, a comparação apenas pode ser justa se tivermos em conta a distribuição do crédito e dívida por cada habitante, visto que países como a Alemanha, França, Espanha ou Itália teriam sempre vantagem ou desvantagem absoluta devido ao número muito superior de habitantes. 

Segundo as contas do ComparaJá, Portugal continua a estar na média da zona euro no crédito por habitante, mas começa a notar-se uma discrepância ao olhar para os tipos de empréstimos: Se é verdade que a percentagem de crédito ao consumo e fins menos comuns em Portugal está na metade inferior da zona da 'moeda única', o crédito à habitação surge lado a lado com gigantes da Europa como França ou Espanha e muito acima de economias semelhantes como a Grécia e a Eslováquia. 

Ainda mais preocupante é o nível de endividamento real: Tendo em conta o número de habitantes e o Produto Interno Bruto, Portugal tem uma produção per capita de 17.232 euros e créditos de 11.460 euros por habitante; estes valores traduzem um nível de endividamento de 66,5%, o quarto mais alto da zona euro

"De todas as perspetivas, Portugal encontra-se mais endividado do que o resto da Europa. A questão problemática que aqui se coloca é o facto de o crédito ser um importante facilitador da atividade económica e isso nota-se nas grandes economias: não é por acaso que países muito desenvolvidos possuem um crédito per capita entre os 18 e os 26 mil euros – é o caso da Alemanha e da Holanda", explica Sérgio Pereira, diretor-geral do ComparaJá

E como se resolve este problema estrutural? "A solução que se impõe passa por utilizar este recurso de forma mais inteligente, isto é, fazer melhores escolhas na altura de solicitar crédito, para que se poupe ao máximo nos juros e nas prestações e para que este recurso seja direcionado para gerar riqueza e não ainda mais endividamento." 

"Do lado dos consumidores, é importante avaliarem as melhores opções para si e como podem pagar o mínimo possível nos custos associados aos empréstimos." 

"Por sua vez, do lado das instituições também seria desejada uma análise mais cuidada relativamente à concessão de crédito. Isto não significará conceder menos crédito, mas sim fazê-lo com um juro que seja adequado ao risco de cada consumidor - isto pode passar, por exemplo, por incentivar projetos com viabilidade através de taxas de juro mais atrativas", garante o líder da plataforma de comparação de produtos financeiros.

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