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"Poucos em lugar de responsabilidade assumiram as suas. Cidadãos pagaram"

O governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, alertou hoje para a perda de credibilidade do sistema económico atual, junto da população, e apelou aos economistas para que considerem aqueles que a globalização maltratou.

"Poucos em lugar de responsabilidade assumiram as suas. Cidadãos pagaram"
Notícias ao Minuto

23:06 - 05/12/16 por Lusa

Economia Banco

"Muitos cidadãos nas economias avançadas estão a enfrentar incertezas acrescidas, lamentar a perda de controlo e a perder a confiança no sistema", disse Carney, durante um discurso na Universidade John Moores, de Liverpool.

Sublinhou que a crise financeira internacional de 2008-2009 destacou os excessos do mundo financeiro. "Poucos em lugar de responsabilidade assumiram as suas. Acionistas, contribuintes e cidadãos pagaram o preço pesado", comparou.

Em resultado, "o apoio público aos mercados abertos está ameaçado", considerou.

O referendo de junho, que levou à aprovação da saída do Reino Unido da União Europeia, e a eleição de Donald Trump para a Presidência dos EUA, em novembro, foram atribuídos em parte à revolta dos situados nas margens da sociedade contra os mercados abertos e a imigração.

Ao discutir o cenário do Reino Unido, Carney falou da primeira "década perdida" desde os anos 1960 e da resultante ansiedade sobre o futuro.

"Os salários estão abaixo de onde estavam há uma década -- algo que ninguém vivo hoje tinha experimentado", especificou.

De forma a recuperar a confiança, Carney recomendou que os economistas reconheçam os desafios atuais, incluindo a repartição desigual dos ganhos, do comércio e da tecnologia.

"Temos de evoluir para um crescimento mais inclusivo, onde todos tenham uma aposta na globalização", avançou.

Carney refletiu também sobre política monetária e disse que a decisão do banco central de reduzir em agosto a taxa de juro de referência para uns inéditos 0,25% estava a funcionar.

O banco central, argumentou, "escolheu um período com alguma inflação do índice de preços no consumidor, em troca de um aumento do desemprego mais modesto".

A libra perdeu mais de 10% em relação ao euro e 15% face ao dólar, desde o referendo de junho.

Carney reiterou que as famílias têm lidado bem com a incerteza provocada pelo referendo, mas que isto deve mudar quando o rendimento real das pessoas começar a ser reduzido pela inflação importada e pela redução do crescimento do consumo.

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