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"Decisores ainda tratam Portugal como grande nação de pesca e já não é"

Os responsáveis políticos ainda tratam Portugal como uma nação onde a pesca tem grande peso, o que "está deslocado", afirmou hoje um especialista de uma organização não governamental, defendendo uma política mais ajustada à realidade.

"Decisores ainda tratam Portugal como grande nação de pesca e já não é"
Notícias ao Minuto

15:18 - 30/11/16 por Lusa

Economia Especialista

"Os decisores ainda veem Portugal como uma nação de grande pesca, o que está deslocado" e as medidas políticas "deviam ser mais adequadas àquilo que somos agora", disse Gonçalo Carvalho, da Sciaena, Associação de Ciências Marinhas e Cooperação.

Gonçalo Carvalho falava num encontro com jornalistas a propósito da próxima reunião dos ministros europeus das pescas, para definir as quotas de capturas para 2017, a ocorrer em dezembro, para a qual pede "transparência das posições" de cada país.

"A transparência beneficia todos", declarou o especialista, recordando que o Parlamento Europeu chamou o Conselho das Pescas para explicar a questão das quotas e obteve uma recusa, o que "vai contra as regras".

Embora admita que Portugal "não é um dos países mais infratores" relativamente aos pareceres científicos sobre as possibilidades de pesca, o técnico da Sciaena defendeu que o país "teria a ganhar com o respeito" pelo rendimento máximo sustentável, ou seja, por quotas de pesca que permitam a sustentabilidade dos 'stocks'.

"Portugal tem uma realidade particular, é uma pequena nação de pesca com uma frota com reduzido impacto e, no geral, há maior consciência da necessidade de seguir a sustentabilidade da atividade que em outros países", referiu.

Perante esta situação, apontou que a aposta deve ir no sentido da qualidade e não da quantidade, até porque Portugal é o único país com 200 espécies transacionadas em lota, número muito superior à maior parte das nações.

Gonçalo Carvalho referiu um trabalho da organização Pew Charitable Trust, de que é consultor, e que listou dez razões que justificam o fim da sobrepesca na Europa.

Entre os argumentos usados está a possbilidade de recuperação dos 'stocks' que têm problemas, o que iria beneficiar os pescadores, já que, segundo as contas da organização, acabar com a sobrepesca no Atlântico Nordeste poderia potencialmente criar uma receita anual adicional de 4,6 mil milhões de euros.

Também é referido que os europeus poderiam comer mais peixe capturado localmente, o oceano ficaria mais resiliente, nomeadamente perante as alterações climáticas, e a gestão das pescas seria mais fácil, além de que já existem regras europeias para acabar com a sobrepesca até 2020.

Na proposta da Comissão Europeia para as quotas de pesca em 2017, "somente 35 do total de 69 'stocks' de pesca seguiram os pareceres científicos" e, embora se registe uma melhoria perante os números de 2016, que eram de 33, Gonçalo Carvalho considerou que "é muito pouco" quando o objetivo é atingir 100% em 2020.

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