OPEP tem de fazer "cortes significativos" para fixar limite de produção
A Agência Internacional de Energia (AIE) considerou hoje que a OPEP tem de fazer "cortes significativos" de produção para cumprir os objetivos avançados de fixar um limite de produção máxima entre 32,5 e 33 milhões de barris por dia.
© Reuters
Economia AIE
No relatório mensal sobre o mercado do petróleo, a agência comenta que a OPEP teria que pôr-se de acordo face a "cortes significativos" porque estima que em outubro o cartel produziu uma quantidade recorde de 33,83 milhões de barris diários.
A OPEP produziu em outubro mais 230 mil barris por dia do que em setembro, sobretudo devido à recuperação da atividade na Nigéria e na Líbia, bem como no Iraque, que alcançou um novo máximo histórico (4,60 milhões de barris), mas também porque o Irão continua a aproximar-se dos níveis que tinha antes do período das sanções internacionais (3,75 milhões).
A agência refere que fora do cartel em outubro a produção de petróleo também aumentou em 485.000 barris por dia para 57 milhões de barris por dia, graças sobretudo a jazidas no Mar do Norte, à Rússia e ao Cazaquistão.
A AIE considera que a Rússia, atualmente o maior produtor mundial de petróleo, vai aumentar as extrações este ano em 230.000 barris por dia e que a tendência atual levará a um novo aumento de cerca de 200.000 barris em 2017.
Se a este acréscimo se juntarem as expectativas de subida igualmente no Brasil, Canadá e Cazaquistão, os países que não pertencem à OPEP subirão a produção em 500.000 barris por dia no próximo ano, depois de em 2016 terem cortado em 900.000 barris por dia.
Em relação à procura, os autores do relatório não modificaram este mês as previsões, continuando assim a prever que o mundo consuma este ano uma média de 96,3 milhões de barris por dia, ou seja, mais 1,2 milhões de barris por dia do que em 2015, quando o acréscimo foi de 1,8 milhões.
Para 2017, o acréscimo será de novo de 1,2 milhões para 97,5 milhões de barris por dia.
A AIE considera que não sinais de que a atividade económica vá absorver mais petróleo.
Assim, uma das principais conclusões é a de que se não houver acordo na OPEP e alguns dos países da organização continuarem a aumentar a produção, o atual excesso de oferta permanecerá e, portanto, o preço do petróleo não deverá subir significativamente.
E a AIE adverte mesmo que se o excesso de oferta persistir em 2017 os preços poderão voltar a descer.
Entretanto, a AIE - que reúne os grandes países consumidores de energia membros da OCDE, dos quais o maior são os Estados Unidos - considerou hoje "improvável" que a eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos altere de forma significativa as bases do mercado de petróleo de curto prazo.
No relatório mensal sobre o mercado do petróleo, a AIE indicou que espera "mais pormenores" sobre as políticas energéticas que Trump pretende adotar quando entrar em funções para as integrar na edição de 2017 sobre o mercado a médio prazo.
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