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Crédito vencido nos bancos angolanos perto dos dois mil milhões em 2015

O crédito vencido na banca angolana atingiu em 2015 os 355,6 mil milhões de kwanzas (cerca de 2.000 milhões de euros), de acordo com um relatório da consultora Deloitte apresentado hoje em Luanda.

Crédito vencido nos bancos angolanos perto dos dois mil milhões em 2015
Notícias ao Minuto

16:55 - 07/11/16 por Lusa

Economia Deloitte

O valor do crédito vencido, 13% do crédito líquido concedido, que em 2015 cresceu 6%, face ao ano anterior, para 2,736 biliões de kwanzas (14,8 mil milhões de euros), consta da 11.ª edição da publicação Banca em Análise, no qual a Deloitte analisa os resultados dos relatórios e contas apresentados publicamente pelos bancos que operam em Angola.

O estudo refere que a "constituição anual de provisões para o crédito dos bancos aumentou 107%" em 2015, ano em que, por sua vez, o volume de ativos agregado das instituições atingiu os 7,512 biliões de kwanzas (40,7 mil milhões de euros).

O responsável da Deloitte para o setor de Serviços Financeiros em Angola, José Barata, admitiu, durante a apresentação destes resultados, uma "deterioração da carteira de crédito" da banca angolana, que teve de fazer o dobro das provisões, face a 2014.

"Isso reflete uma necessidade de registar resultados negativos para fazer face a perdas na carteira", enfatizou José Barata, admitindo que o crédito malparado "continua elevado" junto da banca angolana.

Angola vive desde 2014 uma profunda crise financeira e económica decorrente da quebra nas receitas petrolíferas, dificuldades afetam igualmente o setor bancário nacional.

O resultado líquido total das instituições em análise - excluindo informação do Banco Económico, antigo Banco Espírito Santo Angola - cresceu cerca de 19%, para 116,5 mil milhões de kwanzas (632 milhões de euros) em 2015.

O Banco de Poupança e Crédito (BPC), estatal e em processo de reestruturação e saneamento face ao crédito vencido, lidera a lista dos ativos, com 1,339 biliões de kwanzas (7,2 mil milhões de euros), seguido do BFA, BAI, BIC e BPA.

Os cinco maiores bancos angolanos representam 69% do total do ativo dos cerca de 20 bancos em estudo, peso que por sua vez aumentou 12% face a 2015, segundo o estudo.

"Assistimos, em 2015, ao aumento do número de bancos comerciais em atividade e esse é um sinal da resiliência do mercado", destacou José Barata.

Devido ao "aumento das exigências regulamentares" no setor bancário, o responsável da Deloitte diz que se perspetivam para os bancos angolanos "importantes desafios na melhoria dos níveis de controlo interno e na adoção das normas internacionais de contabilidade e relato financeiro ([IFRS]", já nas contas de 2016.

Mudanças que, explicou "implicam a implementação de novos modelos de cálculo de perdas de imparidade de crédito e a consequente melhoria nos processos de acompanhamento e recuperação do risco de crédito".

De acordo com a 11.ª edição do Banca em Análise - que pela primeira vez foi feita em cerimónias diferentes para administradores dos bancos (em privado) e jornalistas - o peso dos depósitos em moeda nacional mantém a tendência de crescimento em detrimento da meda estrangeira, passando a representar 69% do total.

No final de 2015, os bancos angolanos contavam com depósitos dos clientes no valor total de seis biliões de kwanzas (33 mil milhões de euros), um aumento de 12% face ao mesmo período do ano anterior.

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