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Esclarecimentos pedidos por Bruxelas são "questões menores"

O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou hoje que a negociação com a Comissão Europeia relativamente ao Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) "é um processo natural", qualificando como "questões menores" as que foram levantadas pela Comissão.

Esclarecimentos pedidos por Bruxelas são "questões menores"
Notícias ao Minuto

20:50 - 25/10/16 por Lusa

Economia OE2017

O governante, que foi hoje ouvido no parlamento a propósito da proposta de OE2017, foi interrogado pela deputada do CDS-PP Cecília Meireles relativamente aos esclarecimentos hoje solicitados pela Comissão Europeia, que identificou "riscos e discrepâncias" na proposta orçamental que levantam dúvidas sobre o cumprimento das metas orçamentais definidas.

"A negociação que tem existido e que naturalmente continuará a existir de clarificação com a Comissão Europeia é um processo natural no contexto da negociação nas instâncias europeias. As questões de clarificação são questões menores no processo orçamental e vão ser obviamente todas cabalmente conseguidas", afirmou Mário Centeno na audição parlamentar.

Já no final da audição, em declarações aos jornalistas, o ministro das Finanças reiterou que está "confiante nas clarificações" que serão prestadas a Bruxelas a propósito da proposta do OE2017 e disse que essas serão "muito objetivas".

Mário Centeno admitiu que a maior divergência entre o Governo e a Comissão Europeia se prende com o ajustamento estrutural, referindo que esta diferença de posições não é recente e que tem que ver "com a metodologia de cálculo" do défice estrutural (que exclui os efeitos do ciclo económico e medidas temporárias).

Mas, segundo o ministro, isso não porá em causa a aceitação da proposta orçamental do próximo ano por Bruxelas.

"A maior divergência é provavelmente nessa dimensão, mas não é - nem na opinião da Comissão Europeia nem na nossa opinião - uma divergência que coloque em causa a aceitação do nosso plano orçamental nem o que é a implementação desse plano", disse Mário Centeno.

Já na conferência de imprensa de apresentação do Orçamento do Estado, a 14 de outubro, o ministro tinha-se referido às diferenças de opinião com Bruxelas sobre o défice estrutural para afirmar que "o ajustamento estrutural é algo que ninguém observa mas todos querem estimar" e que "há um grande debate sobre observar variáveis que ninguém observa".

Na proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano, o Governo compromete-se com um défice estrutural de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, o que implica um ajustamento de mais de 1.100 milhões de euros (0,6 pontos percentuais), cumprindo a recomendação de Bruxelas.

Numa carta enviada hoje ao ministro das Finanças, Mário Centeno, e publicada no sítio Internet da Comissão Europeia, os comissários do Euro, Valdis Dombrovskis, e dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, pedem que as informações solicitadas cheguem a Bruxelas até ao final de quinta-feira para serem ainda tidas em conta na análise do executivo comunitário.

A projeção preliminar da Comissão aponta para "uma ligeira melhoria do saldo estrutural comparativamente a 2016, o que (a confirmar-se) apontaria para um risco de sério desvio da melhoria recomendada de 0,6% do PIB".

Também a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) já tinha alertado na segunda-feira que, para que o "saldo estrutural corresponda às recomendações do Conselho, as medidas discricionárias de consolidação apresentadas no relatório da proposta do OE2017 e no projeto de plano orçamental podem vir a ser consideradas insuficientes" por Bruxelas.

Isto porque, de acordo com as contas destes técnicos independentes, as medidas incluídas na proposta de orçamento equivalem a 0,34% do PIB (645 milhões de euros) quando o ajustamento estrutural recomendado, de 0,6 pontos percentuais, tem subjacente a necessidade de medidas de consolidação entre 0,9% e 1,1% do PIB (entre 1,7 e 2,1 mil milhões de euros).

Já em fevereiro deste ano, quando foi discutido o Orçamento do Estado para este ano, o Governo e a Comissão Europeia apresentaram previsões divergentes para o défice estrutural, esperando Bruxelas um ajustamento mais conservador do que o prometido pelo executivo.

Na altura, a Comissão Europeia estimou que "o ajustamento estrutural previsto pelas autoridades portuguesas seja entre 0,1% e 0,2% do PIB" em 2016, ao passo que o Ministério das Finanças anunciou uma redução do défice estrutural de 0,3%, uma divergência que o executivo já então atribuiu ao facto de os pressupostos de Bruxelas serem diferentes dos do Governo.

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