Fabricantes automóveis: Aumento de custos reduz competitividade
O presidente da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA) alertou hoje que qualquer agravamento nos "custos de funcionamento" das empresas que venha a constar no Orçamento do Estado motivará um "menor crescimento" do setor e da economia.
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Economia Orçamento
"Tudo o que venha agravar os custos de funcionamento das empresas é muito sensível para nós. A indústria automóvel trabalha com grandes volumes e margens muito apertadas e, por 1% ou 2%, ganha-se ou perde-se um projeto, cresce-se ou deixa-se de crescer. Tudo o que seja crescimento de custos da energia, de taxas, de impostos, tudo o que seja agravamento das nossas condições, vai traduzir-se imediatamente em menor crescimento", afirmou Tomás Moreira.
Em declarações aos jornalistas à margem do 'Encontro da Indústria Automóvel - 50 Anos de Competitividade, que hoje decorre em Santa Maria da Feira, o responsável assumiu que os associados da AFIA "estão preocupados com os sucessivos aumentos substanciais de custos, também salariais", e considerou que "o salário mínimo não deveria evoluir mais do que aquilo que as empresas conseguem encaixar dentro das suas competitividade e produtividade".
"Evoluções demasiado rápidas de custos, não só salariais, tiram-nos competitividade, fazem-nos perder projetos, tiram potencial de crescimento ao setor e inibem investimento estrangeiro no setor", disse, alertando que tal afeta também "o potencial de criação de novo emprego" que tem caraterizado a indústria automóvel.
"O setor tem criado muito emprego nos últimos anos e gostaríamos que assim continuasse, desde que as condições de competitividade se mantenham", rematou.
A este propósito, Tomás Moreira afirmou que, "ao contrário do que se possa pensar, e apesar da evolução registada nos últimos anos, a flexibilidade laboral em Portugal ainda é menor do que nos países concorrentes", sendo que, no caso do setor automóvel, tal assume uma particular importância porque é "fundamental para se acompanhar os ciclos de produção".
Segundo dados da AFIA, a indústria portuguesa de componentes de automóveis representa 5% do Produto Interno Bruto (PIB) português, 7% da indústria transformadora e 13% das exportações de bens transacionáveis, sendo constituída por 200 empresas, metade das quais com capitais estrangeiros, responsáveis por 45.000 empregos diretos e que investem uma média de 5% do volume de negócios do setor.
O Governo deverá entregar o Orçamento do Estado para 2017 (OE2017) na Assembleia da República esta sexta-feira.
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