"Renováveis reduzirão procura de petróleo na próxima década"
O "dramático crescimento" das energias renováveis nos últimos dez anos abre a perspetiva de um mercado de petróleo com menos procura na próxima década, indica o relatório anual do Conselho Mundial de Energia, apresentado hoje em Istambul.
© Getty Images
Economia Energia
"O debate sobre um decréscimo da produção de petróleo pertence ao passado. Haverá uma diminuição da procura na década de 2020", sublinhou Hans Wilhelm Schiffer, presidente do programa de Recursos do Conselho Mundial de Energia.
No terceiro dia do trianual Congresso Mundial de Energia, que decorre até quinta-feira em Istambul, Schiffer sublinhou que a capacidade total das renováveis no mundo duplicou nos últimos dez anos, alcançando agora 1.985 gigawatts (GW).
Ainda assim, a meta de limitar o aquecimento global a dois graus "não pode alcançar-se sem um amplo apoio político", dado que os mercados "têm as suas limitações", sublinhou o economista alemão.
Mesmo assim, o crescimento das renováveis "tem o potencial de causar importantes tensões no equilíbrio económico e geopolítico" dada a "estagnação do potencial crescimento do petróleo" e com um setor de carvão "provavelmente de pouca importância em 2060", segundo o relatório.
Isto resultará no aparecimento de "recursos náufragos" de petróleo e de carvão, ou seja, jazidas que já não se poderão utilizar por falta de procura, uma situação que exigirá que empresas e países adaptem os seus investimentos e planos económicos.
Apesar de o petróleo continuar a ser a principal fonte de energia para os transportes, a procura geral deverá estabilizar-se e não oferecer oportunidades de crescimento económico ilimitado.
Contudo, a "idade dourada do gás" deverá continuar, com uma produção que crescerá entre 25% e 70% nos próximos 45 anos, de acordo com o relatório.
Também a energia nuclear viveu um bom momento em 2015, com 65 novos reatores em construção, dos 44 existentes na China, Índia e Rússia.
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