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Quase ninguém quer receber os Jogos Olímpicos. Porquê?

Há algumas décadas, organizar o evento mais importante do desporto mundial era uma autêntica honra pela qual dezenas de países lutavam. No entanto, hoje em dia a realidade é muito diferente.

Quase ninguém quer receber os Jogos Olímpicos. Porquê?
Notícias ao Minuto

11:00 - 12/10/16 por Bruno Mourão

Economia Desporto

O privilégio de juntar os atletas mais talentosos e o público desportivo mais fervoroso do mundo atraiu dezenas de países ao longo do último século. Ser o centro das atenções durante um mês de competição e receber milhares de turistas foi a justificação de muitos comités de organização, mas a verdade é que a dura realidade da crise mundial e dos custos financeiros acabou por mudar o paradigma dos Jogos Olímpicos. 

De acordo com vários especialistas ouvidos pela CNN, nenhum outro evento tem tanta tradição de ultrapassar os custos previstos como os Jogos Olímpicos: os estádios faraónicos, os inúmeros hotéis, as infraestruturas de última geração e o investimento em segurança ultrapassam sempre as previsões e chegam a custar milhares de milhões de euros aos organizadores. 

O exemplo brasileiro é apenas o mais recente numa série de polémicas que começou em 1976, com Montreal. O mayor da cidade canadiana tinha defendido que era quase impossível perder dinheiro com os Jogos Olímpicos, mas a verdade é que a dívida acumulada pela Câmara Municipal na organização apenas foi totalmente liquidada 30 anos depois do primeiro dia dos Jogos Olímpicos de Montreal. 

O Estádio Olímpico de Montreal está hoje em dia praticamente abandonado, tal como acontece com várias estruturas construídas para os Jogos de 2004 em Atenas, os Jogos de Inverno de 2014 em Sochi e prevê-se que o mesmo aconteça no Brasil. 

Uma lista de dezenas de candidatos aos Jogos de Inverno de 2022 e aos Jogos Olímpicos de 2024 foi diminuindo com o agravar da crise, 'condenando' a China a ser a anfitriã em 2022 e reduzindo os interessados em 2024 para três nomes: Los Angeles, Budapeste e Paris.

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