PIB de Portugal em 2015 teria sido 2% mais baixo sem fundos de coesão
Portugal teria registado um Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 quase 2% inferior se não tivesse beneficiado dos investimentos apoiados pelas políticas de coesão e de desenvolvimento rural da UE, aponta um relatório hoje divulgado pela Comissão Europeia.
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Economia Relatório
De acordo com um relatório hoje publicado pelo executivo comunitário com os resultados de uma avaliação independente dos investimentos da UE feitos no período de 2007-2013, os fundos de coesão e de desenvolvimento regional disponíveis para Portugal nesse período ascenderam a 14,6 mil milhões de euros, equivalente a 27,5% da despesa pública efetuada ao longo desses sete anos, e que foi afetada pelos esforços de consolidação orçamental.
Segundo o documento, durante este período, no qual a economia portuguesa foi severamente afetada pela crise económica e financeira -- levando ao pedido de assistência financeira, que vigorou entre 2011 e 2014 -, um terço dos financiamentos foram dirigidos a apoio a empresas e inovação, enquanto 22% foram utilizados em investimentos em infraestruturas sociais e culturais, e 17% para infraestruturas ambientais.
No total, as medidas cofinanciadas durante o período de 2007 a 2013, sustenta o relatório, levaram diretamente à criação de 15.100 postos de trabalho (9.000 dos quais em Pequenas e Médias Empresas), tendo ajudado ao lançamento de perto de 2.500 novos negócios.
"No total, estima-se que o investimento adicional sustentou um aumento do PIB em 2015 de quase 2% acima do nível em que teria ficado na ausência dos fundos disponibilizados", indica a Comissão, que estima também que em 2023, oito anos após o final do período coberto por estes investimentos, o PIB seja quase 3% mais elevado como resultado dos mesmos.
A Comissão lembra que, durante o período mais acentuado da crise, o PIB português caiu 1,4% no espaço de dois anos, entre 2007 e 2009, estagnou nos dois anos seguintes, e voltou a cair, agora 2,6% anualmente, entre 2011 e 2013.
"A partir de 2014, houve sinais de retoma, o PIB aumentou durante dois anos, 2013-2015, e apesar de a taxa de crescimento ser relativamente baixa, foi suficiente para aumentar o emprego e reduzir o desemprego de forma significativa", lê-se.
Este relatório é publicado numa altura em que a Comissão Europeia se prepara para apresentar a sua proposta de suspensão parcial de fundos a Portugal e Espanha, no quadro dos procedimentos por défice excessivo.
Na passada segunda-feira, por ocasião do 'diálogo estruturado' entre Parlamento Europeu e Comissão Europeia sobre a suspensão de fundos, a comissária europeia para a Política Regional, Corina Cretu, sublinhou que, a ser decidida, "a suspensão é temporária" e não atinge os pagamentos, mas sim "as novas autorizações a partir de 2017" e que só terão que ser pagas em 2020.
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