Legalização da Uber e companhia surge para "defender consumidores"
O ministro do Ambiente salientou hoje que o decreto-lei que regulamenta as plataformas eletrónicas de transportes como a Uber pretende defender os consumidores, rejeitando as críticas dos taxistas, que o acusaram de falta de lealdade.
© Global Imagens
Política Matos Fernandes
"Nós acreditamos que este decreto-lei tem duas vantagens: Acabar com a concorrência desleal que existe e que se pode agravar e defender os consumidores porque define regras muito claras", acentuou o ministro, em declarações aos jornalistas.
Matos Fernandes rejeitou, contudo, responder às críticas já formuladas pelas associações de táxis.
"O ser leal ou desleal é um 'soundbite' que não vou comentar. Não tem qualquer interesse", disse João Matos Fernandes, quando questionado sobre as críticas dos representantes dos taxistas que decidiram hoje manter o protesto marcado para o dia 10 de outubro.
"A apresentação desta proposta é totalmente independente do protesto do dia 10 de outubro", assegurou o ministro do Ambiente.
Segundo Matos Fernandes, a proposta conhecida hoje "não pretende responder a ninguém", até porque o calendário foi definido em março na altura em que foi nomeado um grupo de trabalho que "tirou conclusões" em julho.
O membro do Governo sublinhou que sempre notou divergências com os representantes dos taxistas.
"Nós sentimos sempre que nas conversas -- e tivemos inúmeras reuniões -- com as associações que representam os taxistas havia uma divergência que eu considero insanável, que tem que ver com a contingentação: Eles gostariam de regulamentação, pois queriam dizer quem, dentro dos táxis, podia ir para essas plataformas. Confesso que não consigo concordar com esta hipótese e, portanto, agi de acordo com a minha consciência", frisou.
Questionado sobre as críticas do PCP ao diploma, o ministro do Ambiente recordou que um decreto-lei é aprovado pelo Governo mas pode ser "sempre avocado" pela Assembleia da República.
"É conhecida a posição do PCP, que é diferente daquela é anunciada pelo Governo, concretamente pelo meu ministério. É verdade que agora o diploma está concluído e agora é que vai para discussão. Agora é que podemos discutir com mais clareza e mais objetividade o que são as regras e o que nos aproxima e nos diferencia", afirmou.
Para o ministro, a proposta de decreto-lei tem como objetivo regular o regime jurídico das plataformas que contratam a mobilidade e cria a figura do Transporte em Veículo Descaracterizado.
Matos Fernandes, em declarações aos jornalistas no Ministério do Ambiente, em Lisboa, argumentou que a regulação sobre as "plataformas" cria mecanismos de fixação de preços, registo e obrigações, "definindo regras que defendem as pessoas", tendo exemplificado que os seguros passam a ser obrigatórios.
"Os táxis têm um estatuto de obrigação e de serviço público que não cabe aos Transportes e Veículos Descaracterizados e, por isso, só os táxis têm benefícios fiscais, só os táxis podem usar as faixas 'bus', só os táxis podem ser chamados na via pública", frisou.
Segundo o ministro, os novos transportes em veículo descaracterizado ficam com a possibilidade regulada de prestarem o serviço a partir da utilização "da plataforma" e vão ter de passar a ser identificáveis através de um dístico que permita a sua fiscalização.
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