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BPI tinha "indicações claríssimas" do BCE para aprovar estatutos hoje

O presidente do BPI, Artur Santos Silva, afirmou que tinha "indicações claríssimas" do Banco Central Europeu (BCE) que "o assunto da desblindagem" dos estatutos "tinha que ser decidido hoje", sob pena de existirem "consequências para o banco".

BPI tinha "indicações claríssimas" do BCE para aprovar estatutos hoje
Notícias ao Minuto

14:54 - 21/09/16 por Lusa

Economia Artur Santos Silva

"Aquilo que o Conselho [de Administração] fez [na proposta à Unitel, de Isabel dos Santos, com quem tem em Angola o Banco Fomento de Angola] foi determinante. Havia indicações claríssimas do BCE que o assunto da desblindagem tinha que ser decidido hoje, ou teríamos consequências para o banco", afirmou Santos Silva em conferência de imprensa no Porto, no final da assembleia-geral de acionistas do BPI.

A proposta de alteração dos estatutos apresentada pelo Conselho de Administração do BPI foi hoje votada favoravelmente por 94,04% do capital presente ou representado na reunião magna. Já a proposta apresentada pelo acionista Violas Ferreira Financial obteve votos a favor de 88,22% dos votos expressos.

A desblindagem dos estatutos, que termina com a regra pela qual um acionista votava com um limite de 20%, independentemente do capital que controlasse, abre caminho ao sucesso da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo maior acionista do BPI, o CaixaBank, uma vez que o banco espanhol fazia depender a operação dessa alteração estatutária.

Além de abrir caminho ao controlo do BPI pelo Caixabank, a desblindagem de estatutos permite também a redução da exposição do BPI em Angola, obrigatória pelo BCE, uma vez que na terça-feira à noite foi conhecido que a administração do BPI fez uma nova proposta aos parceiros angolanos, que passa pela venda de 2% do capital do Banco de Fomento Angola (BFA) à operadora Unitel por 28 milhões de euros, permitindo que a operadora angolana passe a ser a maior acionista.

Atualmente, o BPI detém 50,1% do capital do BFA, enquanto a Unitel é dona de 49,9%, e o objetivo desta operação é resolver a situação de ultrapassagem do limite dos grandes riscos impostos pelo BCE relativamente à exposição do banco português a Angola.

Esta proposta feita à operadora Unitel, de Isabel dos Santos, estava condicionada à desblindagem dos estatutos do banco português.

Artur Santos Silva disse hoje que a proposta feita aos parceiros angolanos cumpre as exigências do BCE e que o banco "não tinha alternativa que não fosse desconsolidar" o BFA.

"Para desconsolidar o BPI tinha que fazer duas coisas: reduzir a sua participação no capital do banco [BFA] e alterar o acordo [parassocial] de acionistas porque o BCE entende que não podemos ter qualquer posição de gestão ou cogestão no BFA", explicou.

Questionado sobre se esta era a solução pretendida pela administração do banco, Artur Santos Silva afirmou que "a vida muda" e que o importante é que com a solução agora encontrada "fica preenchida uma condição fundamental para que o BPI obedeça às exigências do BCE".

No início do ano, a Unitel tinha sugerido comprar 10% do BFA ao BPI, mas o negócio nunca foi para a frente uma vez que o BCE considerava que tal não era suficiente para limitar a exposição do banco português a Angola.

Questionado sobre o que entretanto mudou, Santos Silva referiu existir agora um "facto novo" que é a OPA do CaixaBank sobre o BPI, o que, a concretizar-se, irá diluir a exposição a Angola no balanço do banco.

Relativamente à proposta de venda de 2% do BFA à Unitel, ficando a operadora angolana com o controlo da instituição, o presidente do BPI disse ser "um processo em curso", mas estar "certo que vai ser respondida com a rapidez a que as circunstâncias obrigam" e "confiante que venha a ser aceite".

Artur Santos Silva recordou ainda que o BCE deu ao CaixaBank um prazo até outubro para concluir a OPA sobre o BPI e mais quatro meses, até janeiro, para resolver o problema do excesso de exposição a Angola.

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