No processo de decisão é importante ter "humildade" de corrigir desvios
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, considerou hoje que nem sempre as decisões tomadas são as acertadas, mas ressalvou que no processo de decisão é importante ter a "humildade" para corrigir o que for necessário.
© Reuters
Economia Carlos Costa
"Decidir não significa necessariamente acertar sempre, significa prosseguir uma trajetória que no momento da decisão parece a mais acertada, que otimiza os resultados", disse hoje Carlos Costa, em Lisboa, na cerimónia de encerramento do Congresso dos Revisores Oficiais de Contas (ROC).
Para o responsável pelo regulador e supervisor bancário, que nos últimos anos tomou decisões como as medidas de resolução aplicadas ao Banco Espírito Santo (BES) e ao Banif, tomar uma decisão também implica "a capacidade de reconhecer desvios face ao objetivo".
"E significa a capacidade da humildade para tomar ações para corrigir os desvios", acrescentou Carlos Costa, referindo que neste processo é importante ter a informação necessária, o que nem sempre acontece.
"Esta crise financeira abalou significativamente a confiança e se algo ficou claro é que temos necessidade de restaurar a confiança para assegurar que há capacidade de ação comum nas atomizações que resultam das ações individuais. O valor da informação neste contexto é importantíssimo", considerou o governador do Banco de Portugal.
Para ter acesso à informação, Carlos Costa disse que os supervisores dependem em muito do trabalho dos auditores externos, como os ROC.
"A integridade da informação durante o processo que envolve auditores externos, controladores internos e os próprios reguladores é determinante para o sucesso do supervisor", afirmou, num congresso com centenas de Revisores Oficiais de Contas a quem pediu que façam o seu trabalho com "independência" face às empresas de que analisam as contas e sem "tentações de opacidade", de esconder informação.
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