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Analistas esperam discussão no BCE sobre programa de compra de ativos

Analistas contactados pela Lusa antecipam que o BCE não deverá alterar as taxas de juro, mas preveem discussão sobre eventuais alterações das regras e prolongamento do programa de compra de ativos e falta de reformas estruturais pelos Estados-membros.

Analistas esperam discussão no BCE sobre programa de compra de ativos
Notícias ao Minuto

16:10 - 07/09/16 por Lusa

Economia Zona Euro

Na última reunião, que decorreu a 21 de julho, o Banco Central Europeu (BCE) deixou a sua taxa de juro diretora inalterada em 0%, um mínimo histórico que se mantém desde março, indicando ainda que a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez se mantém em 0,25% e a taxa de depósitos fica inalterada em -0,40%, estando em território negativo desde junho de 2014.

Agora, em vésperas de mais uma reunião do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE), os analistas contactados pela Lusa são unânimes em considerar que nenhuma das taxas sofrerá alterações e que não deverão ser adotadas novas medidas, mas estão expectantes quanto ao discurso e aos temas levantados por Mario Draghi.

Um deles, diz o economista da IMF, Filipe Garcia, é o programa de compra de ativos de longo prazo, sobre o qual acredita que as regras poderão vir a ser alteradas, lembrando os limites que o BCE enfrenta perante taxas de juro muito baixas no mercado secundário e antevendo que a entidade possa vir a comprar títulos com taxas abaixo dos -0,4%.

"Poder-se-á mexer nas regras de aquisição de títulos e ao nível da extensão do programa [que termina em março de 2017, já depois de um prolongamento). Esse poderá continuar durante bastante mais tempo", disse Filipe Garcia.

Também o gestor do BiG Steven Santos diz que "o que se está à espera é de um prolongamento do programa de compra de ativos", possivelmente até setembro do próximo ano, além da "reconfiguração dos critérios de compras - acima de um certo juro, com determinada maturidade", com uma "realocação para a periferia da Europa e não para o centro, onde os juros já são muito baixos".

Apesar de prever que não existirão absolutamente nenhuma alteração das taxas ou a implementação de novas medidas, o economista e gestor do Banco Carregosa Rui Bárbara admite que possa ser abordado o rumor sobre o eventual "alargamento do 'quantitative easing' [injeção de capital no mercado via BCE] à compra de ações europeias".

"Falou-se de que este poderia ser o próximo passo do BCE, mas isso nunca será decidido, sem ser abordado antes. Por isso, o ponto fulcral desta reunião é o que o Sr. Mario Draghi irá falar. É claro que se [Draghi] disser - 'Estamos a estudar a compra de ações' - acredito que nem tudo ficará igual no mercado", disse Rui Bárbara.

Outro ponto de debate poderá ser ainda, segundo Filipe Garcia, a revisão em baixa dos objetivos da inflação esperada a cinco anos.

"Cada vez esperamos menos uma inflação a 2% nos próximos cinco anos", disse.

Filipe Garcia e Steven Santos contam ainda que Mario Draghi, à semelhança do que já fez no passado, volte às críticas sobre a falta de reformas estruturais pelos estados-membros.

"Estou à espera que Mario Draghi diga que o BCE está a fazer o seu papel, mas que o resto tem de ser feito pelos governos nacionais", disse Filipe Garcia.

Também Steven Santos afirma: "Acho que vai voltar a sublinhar que o BCE está a fazer o seu papel e que têm de ser os estados-membros a chegarem-se à frente, a modernizarem a economia. Esse vai ser o foco, não existirão muitas novidades agora, existirão mais em dezembro".

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