CMVM levanta suspensão das ações do BPI
Adiamento da assembleia geral de acionistas convenceu o regulador do mercado nacional a desbloquear os títulos do banco liderado por Fernando Ulrich.
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Economia Mercado
O segundo comunicado foi tão curto como o primeiro, mas a pequena declaração esconde o verdadeiro impacto da decisão na banca portuguesa. Horas depois de ter congelado as ações do BPI, a CMVM levantou a suspensão e permite agora aos investidores reagir ao adiamento da assembleia geral, confirmado esta manhã pelo próprio banco.
"O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou o levantamento da suspensão da negociação das ações do Banco BPI, S.A., por terem cessado os motivos que justificaram a suspensão", pode ler-se no comunicado enviado pela administração do regulador dos mercados nacionais para a redação do Economia ao Minuto.
As ações tinham sido bloqueadas para evitar a especulação em torno da reunião magna de acionistas, onde seria votada a desblindagem de estatutos que permitiria ao CaixaBank ter um poder de votação equivalente à participação maioritária que detém no BPI.
A questão da desblindagem de estatutos tornou-se um assunto maior no BPI devido à 'guerra' que opõe os principais acionistas, o espanhol Caixabank e a angolana Santoro, de Isabel dos Santos, que não se entendem quer na redução da exposição do banco a Angola (por causa das regras do Banco Central Europeu), quer numa estratégia para o BPI.
É que apesar de os espanhóis terem 45% do BPI apenas podem votar com 20%, pelo que na prática estão em situação de paridade com a angolana Santoro, com 18,6%, uma participação que se associa aos 2,28% do Banco BIC, uma vez que ambas as empresas têm Isabel dos Santos como acionista de referência.
Precisamente por causa disto, na Oferta Pública de Aquisição apresentada pelo Caixabank no início do ano, o banco espanhol fez depender a continuação da operação de uma decisão positiva sobre a desblindagem dos estatutos.
Esta segunda-feira, o jornal digital El Confidencial noticiou que o presidente da CriteriaCaixa, acionista maioritário do CaixaBank, Isidro Fainé, "pondera muito seriamente retirar a proposta de compra, face ao novo obstáculo judicial surgido para controlar o terceiro banco luso".
A discussão dos acionistas será retomada a 21 de setembro, data para a qual foi adiada a reunião desta manhã.
[Notícia atualizada às 12h25]
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