"Há interesses políticos" na recapitalização da CGD
Marques Mendes enumera uma série de questões que estão por responder no processo de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos.
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Economia Marques Mendes
No total, são 5,2 mil milhões de euros que o Executivo de António Costa vai injetar na Caixa Geral de Depósitos (CGD) para compensar as falhas de capital. O valor obriga Mário Centeno a elaborar um Orçamento Retificativo de modo a incluir os 2,7 mil milhões em falta.
A conceção do documento, diz Marques Mendes, não “encerra” de todo o tema da CGD. Falta pelo menos uma parte, que é saber como é que chegámos até aqui. Acho que este buraco tem muito a ver com o período entre 2005 e 2010, em que foram concedidos financiamentos que nunca deviam ter sido concedidos, em que foram aprovadas operações de crédito sem garantias eficazes”, sustenta.
O antigo governante acrescenta que estas operações não foram eficazes porque o dinheiro emprestado não foi recuperado. “E porquê? Porque os devedores não pagam e assim se cria um buraco”, diz, acrescentando que há “alguns casos com operações muito volumosas”, mas sem especificar valores.
Aquilo que parecia um único ponto a esclarecer, assim não o é. No seu tempo de antena na SIC, o social-democrata sublinha que há outras informações que o povo português deve conhecer, sendo elas “quem são os responsáveis pela concessão desses empréstimos”; “quais são as operações que representam maiores perdas”; “quem são os beneficiários” e “porque é que [os empréstimos] foram concedidos e não foram asseguradas garantias sólidas e eficazes”.
Nesta senda, o comentador não teme em dizer que “houve interesses políticos e intervenções partidárias” em todo este processo, apontando o dedo ao Bloco Central, composto pelo PS e PSD.
“Já que é preciso meter tanto dinheiro para que as coisas entrem nos carris e tapem estes buracos, ao menos que se saiba os responsáveis, as responsabilidades e como é que isto tudo aconteceu”, rematou, em jeito de conclusão.
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