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Sintaf critica futura administração e pede clarificação de estratégia

O Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Financeira (SINTAF) critica o Governo pelos novos administradores apontados para a CGD, considerando que muitos não têm experiência e há conflitos de interesse, e pede uma clarificação sobre a estratégia para o banco público.

Sintaf critica futura administração e pede clarificação de estratégia
Notícias ao Minuto

18:57 - 09/08/16 por Lusa

Economia CGD

"Estranha-se que o atual Governo persevere na política de nomeação de gente ligada aos mesmos três partidos e aos mesmos interesses do capital, sem garantias expressas de defesa do banco público e dos interesses dos trabalhadores", lê-se num comunicado hoje enviado pela estrutura sindical que representa trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

O sindicato afeto à central sindical CGTP considera que muitos dos gestores nomeados não têm "qualquer experiência de gestão bancária" e que os seus currículos o que revelam é "o bom serviço prestado aos interesses do capital", referindo que em muitos casos existem "conflitos de interesses evidentes", uma vez que têm ligações a empresas com relações comerciais com a CGD ou que são rivais, caso daqueles que vêm do BPI.

O Sintaf crítica ainda a reestruturação que está prevista ser feita no banco, em que é já conhecido o corte de 2.500 postos de trabalho através de reformas e rescisões voluntárias, referindo que não tem "outro fundamento que não seja o de tornar a CGD mais pequena e mais pobre", defendendo que o banco deve continuar completamente público e devidamente capitalizado pelo Estado, seu acionista único.

Lembra ainda o sindicato que, apesar dos recentes prejuízos, "só na primeira década do século XXI, a CGD entregou ao Estado 2.400 milhões de euros em dividendos e 1.250 milhões de euros em impostos", isto apesar de -- diz -- o banco ter sido vítima de erros de gestão e "favores ilegítimos", além de que foi usado como "barriga de aluguer de prejuízos e interesses externos", casos do BNU, BPN ou da tomada de participações na Portugal Telecom.

O Sintaf pede que o Governo faça uma "clarificação urgente" dos objetivos para a CGD "de forma a assegurar-se o reforço da instituição pública e a defesa dos interesses dos seus trabalhadores".

A Caixa Geral de Depósitos tem estado no centro do debate público, num momento em que está em processo de mudanças, com reestruturação do grupo e alterações na equipa de gestão, que se tem atrasado devido à falta de acordo entre o Governo e Bruxelas quanto ao aumento de capital do banco, que poderá ascender a 5.000 milhões de euros.

Quanto à nova equipa, essa deverá contar com 19 administradores, mas ainda precisa da validação do Banco Central Europeu (BCE).

Para já é público que o novo presidente executivo será António Domingues (ex-vice-presidente do BPI), que irá suceder a José de Matos.

Quanto aos outros administradores, refere a imprensa que integrarão a administração como não executivos nomes como Rui Vilar (ex-presidente da CGD entre 1989 e 1995), Leonor Beleza (atual presidente da Fundação Champalimaud), Pedro Norton (ex-presidente executivo da Impresa), Carlos Tavares (presidente do grupo PSA Peugeot Citroën) ou Bernardo Trindade (ex-secretário de Estado do Turismo do Governo de José Sócrates).

Já como administradores executivos estarão Emídio Guerreiro (presidente do Banco Fomento de Angola, pertencente ao BPI), Henrique Cabral Menezes (foi diretor do BPI e lidera o Banco Caixa Geral Brasil desde 2014), Tiago Marques (diretor de recursos humanos do BPI) e João Tudela Martins (responsável pela gestão e controlo de risco do BPI).

A CGD teve prejuízos de 74,2 milhões de euros no primeiro trimestre de 2016, valor que compara com um resultado líquido positivo de 2,1 milhões no mesmo período do ano passado.

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