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Divisas nos bancos angolanos duplicam numa semana e garantem alimentos

A injeção de divisas pelo Banco Nacional de Angola (BNA) na banca comercial mais do que duplicou na última semana de julho, para 231,1 milhões de euros, cobrindo nomeadamente as necessidades de importação de alimentos e das empresas.

Divisas nos bancos angolanos duplicam numa semana e garantem alimentos
Notícias ao Minuto

10:35 - 01/08/16 por Lusa

Economia Liquidez

A informação consta do relatório semanal do BNA sobre a evolução dos mercados monetário e cambial, no período entre 25 e 29 de julho, contrastando com 106,2 milhões da semana anterior, mantendo-se as vendas apenas em moeda europeia.

De acordo com o documento, consultado hoje pela agência Lusa, as divisas disponibilizadas na última semana, equivalentes a 258,2 milhões de dólares, destinaram-se a cobrir, nomeadamente, necessidades de empresas (12,1 milhões de euros), operações de viagens e ajuda familiar (35,8 milhões de euros), operações de cartões de crédito (17,9 milhões de euros) e a importação de alimentos (29,3 milhões de euros).

Há ainda registo, entre outros, de 49,9 milhões de euros para a cobertura das necessidades do Ministério da Indústria, 26,9 milhões de euros para o Ministério da Agricultura, 6,8 milhões de euros para o Ministério das Pescas e 13,4 milhões de euros para Órgãos Auxiliares do Estado.

Por último, para cobertura de necessidades das empresas prestadoras de serviço ao setor petrolífero, o BNA disponibilizou 35,8 milhões de euros, mas em leilão de preço.

A taxa de câmbio média de referência de venda do mercado cambial primário, apurada ao final da última semana, permaneceu praticamente inalterada, nos 166,714 kwanzas por cada dólar e nos 186,268 kwanzas por cada euro.

Contudo, no mercado de rua, a única alternativa, embora ilegal, face à falta de divisas aos balcões dos bancos, a nota de um dólar continua a ser transacionada à volta dos 600 kwanzas.

Na revisão do Orçamento Geral do Estado de 2016, em curso, o Governo prevê desvalorizar a moeda nacional até aos 215,5 kwanzas por cada dólar norte-americano e aumentar a injeção semanal de divisas nos bancos.

Angola enfrenta uma crise financeira e económica com a forte quebra (50%) das receitas com a exportação de petróleo devido à redução da cotação internacional do barril de crude, tendo em curso várias medidas de austeridade.

A conjuntura nacional levou a uma forte quebra na entrada de divisas no país e a limitações no acesso a moeda estrangeira aos balcões dos bancos, dificultando as importações.

A falta de divisas dificulta ainda a transferência de salários dos trabalhadores expatriados, as necessidades dos cidadãos que precisam de fazer transferências para o pagamento de serviços médicos ou de educação no exterior do país ou que viajam para o estrangeiro.

Só de trabalhadores expatriados portugueses estão retidos, segundo o Governo de Portugal, cerca de 160 milhões de euros de vários meses de salários por transferir para contas nacionais (em divisas).

O BNA informou a 22 de julho que está a trabalhar com os bancos comerciais numa "melhor programação na venda de divisas" para "repor de forma gradual, programada, organizada e prudente" as necessidades de todos os setores da economia.

Em comunicado, o banco central referia ainda que nas últimas semanas tem vindo a realizar reuniões de "auscultação e concertação" com a Associação dos Bancos Comerciais de Angola (ABANC) e com os presidentes ou representantes dos conselhos de administração de 15 bancos angolanos para "partilhar informação sobre os desafios do sistema financeiro".

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