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BCP registou mais de 800 milhões de euros em potenciais perdas
O BCP constituiu no primeiro semestre mais de 800 milhões de euros em imparidades (potenciais perdas), sobretudo para crédito, considerando o presidente do banco que este "enorme esforço" será positivo a longo prazo, inclusivamente na rentabilidade.
© REUTERS
Economia Banco
Na conferência de imprensa, questionado sobre os motivos desta decisão, o presidente do banco, Nuno Amado, foi pouco explícito, mas disse que está relacionado com vários motivos: "Tem que ver com o mercado, com a pressão sobre estes temas, também dos reguladores, tem a ver com o tema da Caixa [Geral de Depósitos], é um bloco de razões".
Na apresentação dos resultados do primeiro semestre, em que o BCP teve prejuízos de 197,3 milhões de euros, o responsável disse que este "aumento excecional das imparidades tem efeitos nos resultados, mas que vai permitir ver o futuro com outros olhos", ao ficar o BCP melhor preparado para fazer face ao ativos problemáticos que tem no balanço e que facilitará o regresso aos lucros.
Nuno Amado revelou que esta decisão de constituir este nível elevado de imparidades foi tomada pela administração nos últimos dias.
Do total de imparidades constituídas este semestre, 618,7 milhões de euros foram de imparidades de crédito (líquidas de reversões), o que compara com os 463,7 milhões de euros no semestre homólogo, com os rácios de cobertura do crédito vencido há mais de 90 dias a estar em 93,9% no final de junho.
Já as imparidades e provisões para outros ativos foram de 198 milhões de euros entre janeiro e junho, mais do dobro dos 91,6 milhões de euros do mesmo semestre de 2015, que o BCP diz que reflete o impacto de 126,3 milhões de euros da desvalorização de fundos de reestruturação empresarial.
"No BCP temos feito um enorme esforço de recuperação, somos hoje um banco muito mais provisionado, sólido e eficiente", concluiu hoje Nuno Amado na apresentação dos resultados aos jornalistas.
O BCP registou prejuízos de 197,3 milhões de euros no primeiro semestre do ano, valor que compara com um lucro de 240 milhões de euros verificados no período homólogo do ano passado.
O banco justifica estes resultados com "itens não habituais", adiantando que, sem estes acontecimentos extraordinários, o banco teria tido um lucro de 56,2 milhões de euros no primeiro semestre de 2016, valor que compara com um prejuízo de 21,2 milhões de euros em igual período do ano passado.
Os acontecimentos não habituais do primeiro semestre a que o banco se refere são a alienação da participação na Visa, a desvalorização de fundos de reestruturação empresarial e o reforço de cobertura de imparidades.
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