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CaixaBank ameaça travar OPA ao BPI se desblindagem falhar

O presidente executivo do CaixaBank afirmou hoje que o atraso na decisão de desblindagem de estatutos do BPI "não é problemático", mas avisou que a OPA sobre o banco, lançada em abril último, está condicionada àquela decisão.

CaixaBank ameaça travar OPA ao BPI se desblindagem falhar
Notícias ao Minuto

10:51 - 29/07/16 por Lusa

Economia Gonzalo Gortázar

"O atraso de 45 dias não é um atraso problemático para o calendário da OPA" (operação pública de venda) sobre o BPI, disse Gonzalo Gortázar na apresentação dos resultados do primeiro semestre de 2016 do CaixaBank.

O responsável bancário declarou que "continua a confiar" que a decisão de lançar a OPA "é uma boa opção para os acionistas e que esta será concluída", e recordou que o adiamento foi decidido por 85% dos votos.

Para Gonzalo Gortázar, o CaixaBank espera "que esse adiamento seja uma questão temporal. Cabe à justiça portuguesa ter de tomar uma decisão sobre a providência cautelar e outros assuntos".

"O que é claro é que nós colocámos uma condição e se essa condição não se cumprir vamos retirar a oferta", disse o presidente da instituição bancária com sede em Barcelona.

Gonzalo Gortázar evitou pronunciar-se sobre a "decisão tática" de continuar a comprar ações do BPI no mercado, antes de se confirmar a desblindagem de estatutos.

Sobre o interesse do BPI na venda do Novo Banco, o presidente executivo também não se pronunciou, afirmando estar "concentrado a cem por cento" na OPA, que, defendeu, "faz sentido para o BPI e para o CaixaBank".

A compra do Novo Banco "é uma compra independente" de tudo o resto, afirmou Gonzalo Gortázar, acrescentando que "não é necessário fazer mais operações para que o BPI se estabilize, cresça, cumpra a função importante de dar crédito à sociedade portuguesa".

No início do ano, estalou uma "guerra" entre os principais acionistas do BPI, o espanhol Caixabank, com cerca de 45% do capital social, e a angolana Santoro, de Isabel dos Santos, com cerca de 19%.

Este conflito acionista eclodiu por causa das regras do Banco Central Europeu que obrigam a uma redução da exposição excessiva do banco a Angola, mas fez perceber a falta de entendimento não só quanto a uma solução para este problema mas também numa estratégia para o BPI, levando a um impasse que dura desde então.

No âmbito deste caso, ganhou relevância o tema da desblindagem de estatutos do BPI, que impede qualquer acionista de votar com mais de 20%, independentemente da participação acionista que tenha.

Por isso, apesar de o CaixaBank ter cerca de 45% do capital social do BPI, tem praticamente o mesmo poder da 'holding' Santoro, que tem cerca de 19% do capital.

Na semana passada, realizou-se uma assembleia-geral extraordinária só sobre este tema, mas a reunião foi suspensa por 45 dias depois de ter sido conhecida uma providência cautelar colocada pelo acionista Violas Ferreira Finantial.

No tema da desblindagem de estatutos, Caixabank e Allianz são a favor, enquanto Santoro, Banco BIC (de que Isabel dos Santos também é acionista) e família Violas estão contra.

No meio deste conflito acionista que opõe espanhóis e angolanos, em fevereiro o Caixabank anunciou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI.

Os espanhóis oferecem 1,113 euros por ação, avaliando o banco em 1600 milhões de euros, mas a oferta está condicionada à eliminação dos limites aos direitos de votos dos acionistas, pelo que se a proposta de desblindagem de estatutos não avançar a OPA também deverá cair por terra.

A administração do BPI já fez saber publicamente que é a favor da desblindagem de estatutos, o que retiraria poder a Isabel dos Santos.

O Banco BPI registou um resultado líquido de 105,9 milhões de euros entre janeiro e junho, uma subida homóloga de 39,1% face ao lucro apurado em igual período do ano passado, revelou hoje a instituição.

A atividade doméstica deu um contributo de 24,5 milhões de euros e a atividade internacional de 81,4 milhões de euros, dos quais 79,1 milhões de euros provenientes do Banco de Fomento Angola (BFA).

O CaixaBank teve um lucro de 638 milhões de euros no primeiro semestre de 2016, uma diminuição de 9,9 % face ao período homólogo que incluía impactos extraordinários associados à integração do Barclays.

Gonzalo Gortázar sublinhou que o resultado antes de impostos no primeiro semestre deste ano é de 888 milhões de euros, um aumento de 59,4% em relação ao primeiro semestre de 2015.

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