Sem nunca concretizar quais os montantes de aumento de capital que estavam em cima da mesa no primeiro trimestre do ano, José de Matos reconheceu todavia - na comissão de inquérito à Caixa - que montantes entre "quatro e cinco mil milhões de euros, que têm saído nos jornais", são "claramente superiores" aos que imaginava.
Vários órgãos de informação têm adiantado nas últimas semanas que o plano de recapitalização da CGD pode chegar até cerca de cinco mil milhões de euros, mas José de Matos escusou-se a adiantar que montante considera necessário.
"Não conheço o plano que tem sido mencionado recentemente na comunicação social", acrescentou ainda o presidente demissionário do banco público - o plano em causa estará a ser negociado já com a futura administração da Caixa, que será presidida por António Domingues.
Mas ressalvou: "O ministro das Finanças foi alertado para a necessidade efetiva de aumento de capital. Esse aumento deveria ser significativo. (...) É necessário fazer um aumento de capital e mais cedo do que tarde. Isso é verdade".
As audições da comissão parlamentar de inquérito à CGD arrancam hoje com a audição do presidente do banco público.
Depois de escutado José de Matos, os deputados ouvem, na quinta-feira à tarde, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e, na sexta-feira à tarde o ministro das Finanças, Mário Centeno.
A comissão parlamentar de inquérito à Caixa, imposta potestativamente por PSD e CDS-PP, tomou posse a 05 de julho na Assembleia da República, sendo presidida pelo social-democrata José Matos Correia.